Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As leis que regem o funcionamento do setor público formam uma“barreira burocrática quase intransponível” e impedem qualquerpossibilidade de se imprimir agilidade à gestão pública, deacordo com o governador Paulo Hartung, do Espírito Santo.Aoparticipar hoje (28) do 7º Congresso Internacional Brasil Competitivo-- juntamente com os governadores do Distrito Federal, da Bahia,de Pernambuco e Sergipe – o chefe do Executivo capixaba ressaltou que é preciso "avançar, com urgência, na Reforma do Estado”, de modo apossibilitar administrações públicas mais condizentes com os interessesda coletividade.O pedido foi reforçado pela unanimidade dosgovernadores presentes ao encontro, organizado pelo Movimento BrasilCompetitivo (MBC), criado e dirigido pelo empresário Jorge GerdauJohannpeter. Todos eles disseram que estão investindo na formação deservidores, na área de gestão pública, como forma de enfrentar asdificuldades criadas pela burocracia oficial.O governador daBahia, Jaques Wagner, ressaltou que “o estado absoluto não é capaz deorganizar a sociedade”, e acrescentou que o mercado absoluto é menoscapaz ainda. Portanto, na sua visão, “o melhor é acabar com dogmasculturais da administração pública e da iniciativa privada, de modo aencontrar pontos de equilíbrio para o bem da coletividade”.JoséRoberto Arruda, governador do Distrito Federal, enfatizou que “se nãohouver flexibilização das leis, a prática de governar fica cada vezmais dificil”. Ele disse que sentiu o peso da burocracia na máquinapública ao assumir o Executivo local e que buscou experiênciasde outros estados, como São Paulo e Minas Gerais, para garantireficiência em sua administração.Arruda disse que chegou aogoverno do DF com disposição de “gastar menos para tentar fazer mais”.No entanto, se viu obrigado a não gastar nada, no primeiro ano, comoúnica forma de arrumar os cofres públicos, então sem fundos. O maiorproblema, segundo ele, foi descobrir que a máquina burocrática impunhamais barreiras do que ele imaginava. O governador disse que procurou ajuda do MBC para“quebrar paradigmas e rasgar preconceitos administrativos”.Osgovernadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e de Sergipe, Marcelo Deda,disseram que que encontraram “cultura gerencialanacrônica” e gastaram muito tempo para tirar seus estados dasmãos de velhas oligarquias. O chefe do Executivo pernambucano disse que“não é fácil, mas dá pra fazer [bom governo] com composição política,porque eficiência é um desafio de todos nós”.Criada em 1989, acarreira de gestor governamental tem o propósito de fortalecer o nívelestratégico de governo em suas capacidades de concepção e implementaçãodas políticas públicas, de modo a modernizar as práticas políticas egarantir a continuidade das ações administrativas.