Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Os oito tripulantes que estavam no barco Karolina do Norte no último dia 21, quando a embarcação virou em Manaus, causando a morte de duas pessoas, serão ouvidos pela Polícia Civil do Amazonas na próxima semana.O objetivo do inquérito é apurar as causas do desastre e identificar os responsáveis pelo acidente. Até ontem (27), 55 pessoas foram ouvidas. Segundo o delegado do 2º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Fabiano Azevedo Pereira, os depoimentos não apresentam divergências. A polícia já sabe que o comandante e a tripulação não informaram todos os passageiros sobre a necessidade de manutenção na peça que apresentou defeito momentos após o início da viagem. Alguns passageiros só souberam do problema depois do acidente.“É importante ouvir todas essas pessoas para apurar sobre as acomodações do barco, sobre o momento do acidente e se a informação de excesso de peso procede”, disse o delegado.O proprietário do estaleiro em que a peça danificada seria trocada, Robson Viana Barreto, 49 anos, foi indiciado pela polícia na sexta-feira passada (24). Além dele, o proprietário e o comandante do barco, Edson Carvalho de Souza Júnior e Manoel Benício da Rocha, respectivamente, foram indiciados pela Polícia Civil. Os três são suspeitos do crime de atentado contra segurança no transporte marítimo na forma qualificada, ou seja, com morte. Há uma semana, o barco Karolina do Norte partiu do porto privatizado de Manaus com 185 passageiros a bordo, com destino à cidade de Santarém (PA). Ainda na zona urbana da capital amazonense, a embarcação virou, no momento em que era rebocada para manutenção. Cerca de 90 pessoas já conseguiram retornar para casa no município paraense.