Na crise, empresários buscam mais empréstimos nas agências de fomento

02/07/2009 - 17h49

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diminuição do créditona rede bancária privada, como consequência da crisefinanceira mundial, provocou um grande aumento na procura por recursosoferecidos pelas agências de fomento filiadas àAssociação Brasileira de InstituiçõesFinanceiras de Desenvolvimento (Abde).

De acordo com o presidente da Abde,Pedro Falabella, em entrevista hoje (2) à AgênciaBrasil, os empresários descobriram que as agências defomento de alguma maneira podem resolver a sua carência porrecursos. “Os empresários descobriramque existem agências de fomento que, na maioria das vezes,estão prontas a socorrê-los neste momento de crise, semtantas exigências, como acontece com os bancos comerciais”,disse.

Hoje, o Brasil tem 12 agências de fomento,além de 14 bancos públicos federais e estaduais. As agências foram criadas pelos estados a partir da última reforma do sistema financeiro, em 1997,  como forma de  compensar a privatização dos bancos estaduais.

Segundo ele, sóa Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) registrou40% a mais de demanda de empresas, inclusive as de grande porte, queantes só buscavam crédito na rede bancária. “Amaioria das nossas empresas chegava, no máximo a porte médio.Hoje, nós já estamos trabalhando com empresa quase degrande porte, como as de componentes”, disse.

Nos demais estados, deacordo com Falabella, as informações indicam que tambémhouve aumento de procura por investimentos nas agências defomento, principalmente no eixo Sul/Sudeste. “O Sul e Sudesteforam as [regiões] que mais tiveram demanda”,informou.

Para capitalizar asagências de fomento, o presidente da Abde revelou que estábuscando uma aproximação mais estreita com o BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aexemplo do que já ocorreu com o Banco Central. “Com o BancoCentral, nós sentamos à mesa, discutimos normas. Muitassugestões nossas foram aceitas. Com o BNDES, nósestamos iniciando esse processo, porque as agências de fomentoprecisam ser capitalizadas”.Falabella estáentusiasmado com a ideia dos estados virem a criar com o governofederal um programa de desenvolvimento de agências de fomento. “Nenhuma das nossas12 agências poderá dizer que vai prescindir desseprograma do BNDES. É uma iniciativa louvável. O BNDESem pouco tempo percebeu que as agências de fomento poder serseus parceiros, principalmente na busca de clientes que estão fora do processo, em especial as micro e pequenas empresas”, disse

A tese sobre a criação de um programa de desenvolvimento de agências de fomento foi defendida no último dia 19 de junho, no Rio deJaneiro, pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Mas nãoexiste nada, ainda, em estudo, informou a instituiçãopor meio da assessoria de imprensa. Porém, confirmou que oBNDES considera importante poder expandir a sua atuaçãopelo país, usando a capilaridade dos bancos públicos edas agências de fomento.