Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A agência de fomento do Rio Grande do Sul (CaixaRS) tem confirmado uma tendência do setor, que é o aumento da demanda por recursos. Somente este ano, estão em análise R$ 1 bilhão em pedidos de financiamento de projetos de investimento. “A demanda está muito forte. Isto é um sinal de que, realmente, essas instituições e o próprio BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] estão fazendo a diferença, para poder minimizar os efeitos da crise financeira. E, por incrível que pareça, a maior parcela dos pedidos de financiamento continua sendo o investimento produtivo”, disse o coordenador da comissão da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE), Rogério Wallau. Ele disse que também é maior a demanda por capital de giro.As agências de fomento foram criadas pelos estados a partir da última reforma do sistema financeiro, em 1997, como forma de compensar a privatização dos bancos estaduais. Os ativos totais da CaixaRS, onde Wallau ocupa o cargo de diretor de Operações, somam R$ 1,3 bilhão. Ele, no entanto, não soube dizer o montante de recursos movimentado pelas agências de fomento no país. “É a maior agência de fomento estadual do Brasil, hoje, pelo critério de ativos totais”, disse o diretor.Nas operações de repasse do BNDES, as condições financeiras das agências de fomento envolvem taxa de remuneração média de 3% ao ano. Wallau afirmou que, nas operações com recursos próprios, o spread - diferença entre os juros de captação pagos pelos bancos e o que eles cobram nos empréstimos aos consumidores - também gira em torno desse percentual.Com um total de 12 agências de fomento filiadas, além de 14 bancos públicos federais e estaduais, a ABDE atua no financiamento ao desenvolvimento, operando com recursos próprios ou como agente repassador de recursos do BNDES.Wallau destacou o papel das agências de fomento na atração de investimentos para novas atividades da economia dos estados onde atuam, como é o caso da produção de biodiesel no Rio Grande do Sul. “As agências de fomento preenchem espaços em que o setor privado, de modo geral, não atua muito”, concluiu.