Presidente da Alagnv defende uso do gás natural no transporte coletivo

02/02/2009 - 4h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Associação Latino-Americana de Gás NaturalVeicular (Alagnv), Rosalino Fernandes, defende o uso do GNV no transportecoletivo de passageiros de forma mais constante e definitiva no país. O que háatualmente, assinalou, são apenas testes. Ele pretende brigar pela idéia,mas afirmou que para isso precisa encontrar apoio de outras entidades eautoridades, “para poder entrar forte nessa área”.Fernandes citou o exemplo da Califórnia, onde as frotas deônibus são movidas a GNV, ao falar sobre as vantagens desse tipo decombustível. Lá, calcula, o gás vai custar, seguramente, cinco vezes maisbarato.Também coordenador do Comitê de GNV do Instituto Brasileirodo Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), Fernandes afirmou que o gás veicularpoderia trazer mais vantagens, por exemplo, do que o diesel mais limpo, que jácomeçou a ser usado em veículos em circulação em São Paulo e no Rio deJaneiro.Além de caro, ressaltou, o diesel mais limpo não é fabricadono Brasil pela Petrobras, que tem de importá-lo. “Poderíamos usar o gásnatural, que é mais barato”, argumentou Fernandes, em entrevista à AgênciaBrasil.As frotas de ônibus do Rio de Janeiro e de São Paulo são asprimeiras do país a usar o diesel S50, com 50 partes de enxofre por milhão departes de diesel, menos poluente. Desde o último dia 1º de janeiro, elas nãopodem mais rodar com o combustível tipo S500 (500 partes de enxofre pormilhão).O uso do produto na frota de ônibus foi viabilizado por meiode acordo firmado em outubro do ano passado entre o Ministério Público Federal,a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e aPetrobras para redução das emissões veiculares nos grandes centros urbanos. O diretor da Área de Abastecimento da Petrobras, PauloRoberto Costa, informou, no dia 14 deste mês, que a empresa vai investir US$ 4bilhões até 2012 para garantir a produção nacional do diesel S50 e mais US$ 2bilhões para o fornecimento do diesel S10 (dez partes de enxofre por milhão),ainda menos poluente, a partir de 2013.O uso do gás no transporte coletivo é o tema central do debate que a AssociaçãoLatino-Americana de Gás Natural Veicular realiza entre maio e junhopróximos na cidade de Medellín, na Colômbia, durante o evento Expo GNV 2009.Em setembro, a reunião de cúpula da entidade (Summit 2009)será realizada em Lima, no Peru, onde o foco das discussões, além da área deveículos leves, será o uso mais diversificado do GNV, em especialpara locomotivas, na área de transporte ferroviário, em substituição ao diesel.A aplicação já vem sendo testada pelo Peru.Na América Latina, a Argentina e o Brasil lideram o rankingde frotas de veículos movidos a GNV, com cerca de 1,71 milhão e 1,6 milhão, respectivamente.Em 3º lugar aparece a Colômbia, com quase 300 mil veículos, seguida do Peru(cerca de 100 mil) e Bolívia (entre 45 mil e 50 mil). O presidente da Alagnvdestacou que a Venezuela está entrando com um programa de estímulo ao uso dogás natural veicular, conduzido pela estatal PDVSA. “A idéia deles é converter44 mil veículos no ano de 2009”,revelou.