Queda de 12,4% na atividade industrial já é reflexo da crise, diz economista

02/02/2009 - 23h39

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O desempenho daindústria em dezembro, em relação a novembro,reflete a intensificação da crise financeirainternacional, segundo o economista do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) André Macedo. A queda de12,4% verificada na passagem de um mês para o outro foi a maiorjá verificada desde o início da série históricada Pesquisa Industrial Mensal, em 1991. Na comparaçãocom o mesmo período do ano anterior, o IBGE tambémconstatou o pior resultado dos últimos 17 anos. Nesta relação,a queda foi de 14,5%.“Os resultados dedezembro nos dois tipos de comparação mostram taxasmais negativas do que nos meses anteriores, refletindo o agravamentoda crise internacional. Até mesmo o indicador acumulado, queaté setembro vinha num crescimento de 6,4%, nos últimostrês meses mostra uma perda de 3,3 pontos percentuais,refletindo o menor dinamismo da indústria no últimotrimestre de 2008”, destacou.Ainda de acordo comMacedo, um dos desdobramentos da crise, a restrição decrédito no mercado, também explica a forte quedaverificada na produção de veículos (39,7%) emdezembro na comparação com o mês anterior. Osetor foi o que apresentou o maior impacto negativo.“A atividade deveículos automotores e também aquelas que tem relaçãoimportante com esse segmento industrial tiveram essa retraçãomuito em função da restrição de crédito,mas também reflete a perda de confiança dos agenteseconômicos diante da incerteza do mercado internacional”,ressaltou Macedo.Além daindústria automobilística, outros 24 setores dos 27pesquisados pelo IBGE recuaram entre novembro e dezembro. Apenas osramos de outros equipamentos de transporte (6,7%) e celulose e papel(0,4%) tiveram alta.