Mantega diz que governo quer ampliar comércio em moeda local no Mercosul

02/02/2009 - 19h04

Welton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo deve estimular ocomércio em moeda local em países da América do Sul para compensar a queda nasexportações, disse há pouco o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Ao sair da reuniãoministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada na Granja doTorto, o ministro prometeu ampliar a medida anunciada, que vigora nas relaçõescomerciais entre Argentina e Brasil, desde outubro do ano passado.“Esse sistema poderá serestendido para países do Mercosul, como Uruguai, Paraguai, Bolívia, além do Chile”, disse Mantega.Na avaliação do ministro, a piora no desempenho da balança comercial, que registrou em janeiro o primeiro déficit mensal em oito anos, decorre da redução da demanda nos países desenvolvidos, que diminui as exportações do país.  "O déficit é o resultado de uma redução da demanda mundial de commodities e da compra de produtos de países em desenvolvimento pelos países desenvolvidos", declarou.Mantega informou ainda que o presidente Lula recomendou à equipe econômica que não sejam tomadas medidas protecionistas, como a criação de barreiras comerciais, para reverter a situação da balança comercial. "Se cada um fechar as portas, os países vão exportar menos e todos terão prejuízo", alegou.Segundo o ministro, o governopretende reforçar os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), para estimular a atividade econômica. Os empreendimentos que serãoincluídos no programa serão apresentados pela ministra-chefe da Casa Civil,Dilma Rousseff, quarta-feira (4), quando será divulgado o balanço de dois doPAC.De acordo com Mantega, osnovos investimentos serão viabilizados por meio do corte de custeios da União.Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou contingenciamento deR$ 37 bilhões no orçamento deste ano, dos quais R$ 14 bilhões são deinvestimentos.Segundo o ministro, obloqueio das verbas para investimentos é provisório e não afetouempreendimentos do PAC. “Estamos esperando a situação econômica se definir parasabermos quando vamos liberar esses investimentos”, disse Mantega.