Ibama proíbe pesca no Rio Paraíba do Sul até fim de maio

02/02/2009 - 12h40

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - OInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama) determinou  a proibição da pesca até o dia 31 de maio no Rio Paraíba do Sul, interior do estado do Rio de Janeiro. De acordo com a Instrução Normativa n.º 2, de 30 de janeiro,publicada na edição de hoje (2) do Diário Oficial da União, a restriçãose estende a toda a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, desde omunicípio de Resende até a sua foz, na cidade de São João da Barra.Em novembro doano passado, testes realizados no local verificaram que a água haviasido contaminada por um vazamento de pesticida, por causa de uma falhano descarregamento do produto em uma indústria química, no município deResende, Sul Fluminense. Cerca de 7,5 mil litros do produtoescoaram para o Rio Pirapetinga e, posteriormente, para o Paraíba doSul, prejudicando o abastecimento de água e provocando a mortandade degrande quantidade de peixes em diversos municípios da região, comoPorto Real, Barra Mansa e Volta Redonda. Segundo o analistaambiental do Ibama Frederico Valle, a medida foi tomada para permitir a recuperação dos estoques de fauna e flora aquáticas.Desde novembro doano passado, a pesca não vinha sendo realizada na região em função doperíodo de defeso – reprodução – que vai até o fim deste mês.“Apósdiversos testes realizados no Paraíba do Sul, foi determinada aproibição para garantir a recuperação dos estoques pesqueiros, queforam bastante afetados com o acidente, e evitar uma possívelcontaminação dos consumidores. É preciso ter essa precaução até que haja novos testes e se verifique novamente o grau de contaminação”, destacou.Aindade acordo com o documento do Instituto, serão realizadas ações demonitoramento das condições ambientais e da situação dos recursospesqueiros. Se as equipes verificarem necessidade, o prazo paraliberação da atividade poderá ser prorrogado. O pescador William da Silva,presidente da colônia Z-2, em São João da Barra, um dos municípiosatingidos pela contaminação da água, cobra orientação mais clara dosórgãos ambientais.“Nós queríamos que eles visitassem mais asnossas colônias e nos informassem sobre essas análises que estão sendofeitas [na água] e os resultados disso tudo. A gente só vê que estãosendo feitas reuniões entre eles, mas não com a gente”, reclamou.De acordo com ele, cerca de 900 pescadores vivem da pesca na região.