OAB acompanhará investigação da morte de moradores de rua no centro de Brasília

19/01/2009 - 14h58

Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AOrdem dos Advogados do Brasil, Seccional do Distrito Federal(OAB-DF), acompanhará a investigação doassassinato de dois moradores de rua na Praça do Índio,na região central da cidade. A informação é dopresidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-DF, JomarAlves Moreno. “A OAB sempre acompanha as investigaçõesdesse tipo de crime, quando as vítimas são pobres, poisnormalmente o caso fica sem solução”, afirmou Moreno.De acordo com o coronel da Polícia MilitarSilva Filho, noinício da manhã de hoje (19), osdois homens foram baleados na cabeça por um motoqueiro.Segundo testemunhas que esperavam ônibus em frente àpraça, o motoqueiro usava capacete, era branco e tinha entre25 e 30 anos. O caso está sendo investigado pela 1ªDelegacia de Polícia de Brasília. O delegadoresponsável, Rodrigo Telho Corrêa, disse que um dosmoradores de rua mortos é Paulo Francisco de Oliveira, de 35anos. O outro ainda não foi identificado, pois estava semdocumentação. Corrêa ressaltou que ainda não foipossível apurar a causa do crime. "Trabalhamos com duashipóteses: acerto de contas ou dívida de drogas."Há 12 anos, no dia 20 de abril de 1997, oíndio Pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44 anos, teve95% do corpo queimado, enquanto dormia em um banco da mesma praça.Os autores do crime foram cinco jovens de classe média, sendoum menor. Galdino estava em Brasília para acomemoração do Dia do Índio, mas naquela noiteperdeu-se e acabou dormindo na rua. Ele não sobreviveu àsqueimaduras. Em 2001, quatro dos cinco jovens foram condenados a 14anos de prisão, por homicídio qualificado. O menor de idade sofreu as sançõesprevistas no Estatuto da Criança e do Adolescente: reclusãomáxima de três anos ou transformação dapena em prestação de serviços àcomunidade, de acordo com a interpretação do juiz.A Praça do Compromisso, conhecida comoPraça do Índio, recebeu esse nome em homenagem aGaldino. No local foi colocada uma escultura em sua homenagem.A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos eCidadania do Governo do Distrito Federal não quis sepronunciar sobre a morte dos moradores de rua.