Rio comemora com missas e encenação teatral o dia de seu padroeiro

19/01/2009 - 23h58

Paulo Virgílio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Centenas de fiéis lotam desde o início da manhã a Igreja de São Sebastião, mais conhecida como Igreja dos Capuchinhos, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, para assistir às missas em louvor ao santo padroeiro dacidade. A igreja abriga a imagem de São Sebastião trazida em 1565 pelo fundador da cidade, Estácio de Sá. O dia dedicado ao santo, 20 de janeiro, é feriado municipal na capital fluminense.A primeiramissa foi celebrada às 5 horas da manhã e até o fim do dia, serão realizadasoutras sete na igreja da Tijuca e mais duas na Catedral Metropolitana, no centro, também dedicada a São Sebastião. O cardeal Dom Eusébio Scheid presidiuàs 10h a principal missa na Igreja dos Capucinhos, de onde sairá às 15h a procissão em direção à catedral. No trajeto, haverá uma parada emfrente ao hospital do Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde o cardeal daráuma benção aos doentes e o prefeito Eduardo Paes se juntará ao cortejo. Às 17h, após a chegada da procissão, será encenado nas escadarias da catedral o Autode São Sebastião, espetáculo promovido pela Associação Cultural daArquidiocese do Rio, com  texto doescritor e novelista Walcyr Carrasco. Ao contráriode outras capitais brasileiras, o Rio de Janeiro tem seu feriado no dia dopadroeiro e não na data de fundação da cidade (1º de março). Para o historiadorMilton Teixeira, isso se deve à tradição do feriado de São Sebastião, celebradodesde 1568. “Na época, esse também era o dia em que tomavam posse os vereadoresda cidade, vestidos com uma roupa toda trabalhada, cheia de penachos”. Segundoo historiador, mesmo a República manteve o feriado de 20 de janeiro pela suatradição. “A única vez em que tentaram tirá-lo, em 1966, houve uma chuvatamanha na cidade que nenhum administrador pensou mais nesse assunto”, afirmou Teixeira.Com relaçãoao nome da cidade, o historiador não concorda com a tese de que osnavegadores portugueses, ao entrarem pela primeira vez na Baía de Guanabara, em1º de janeiro de 1502, a confundiram com a foz de um rio e,por isso, deram aolocal o nome de Rio de Janeiro. Para ele, a expedição, que tinha comocartógrafo um navegador experiente, o florentino Américo Vespúcio, teriabatizado o lugar como Ría de Janeiro. “Ría era o nome que os portuguesesdavam às entradas de baía e, com o passar dos anos, esse nome passou a ser rio”, explicou.