Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Controle da inflação e equilíbrio na política monetária foram benefícios citados pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, com a adoção do sistema de câmbio flutuante no país, há 10 anos.Meirelles presidiu hoje (19), na sede do BC, cerimônia de comemoração da adoção do sistema, que atrela a cotação do dólar à variação determinada pelo mercado. Segundo ele, o regime cambial livre tem sidofundamental para o cumprimento de metas dainflação. Ele disse que o Banco Central vem sendo bem sucedido nessecontrole e mantém para 2009 a meta de 4,5% ao ano, comvariação de 2 pontos percentuais acima. O presidente doBC lembrou ainda que o câmbio flutuante foiimportante para o equilíbrio relativo da economia em todos ossetores e também para o controlemacroeconômico, a formação de superávitprimário e o equilíbrio do balanço de pagamento.Mas, ainda que o Brasil tenha merecido o reconhecimento deinstituições independentes, de grande peso mundial, diante da adoção do câmbio livre, Meirelles alertou que o sistema "não é umapanacéia, nem remédio para todos os problemas. Eledesagrada a muitos, enquanto agrada a outros".Na sua análise, o regime de câmbio flutuante mostrou ser uma política adequada atéporque não impediu que o país acumulasse reservasinternacionais, que hoje se situam em US$ 205 bilhões. Paraisso, a autoridade monetária fez leilões transparentesa taxas de câmbio do mercado, equilibrando a movimentaçãoda moeda. As reservas queo país detém foram citadas por Meirelles comoimportantes para a administração dos efeitos da crisefinanceira internacional. De acordo com ele, o país está em situaçãomais favorável que a grande maioria dos países tambémporque criou marcos regulatórios importantes, que impedem queos bancos brasileiros sigam o mesmo caminho que levou àcrise iniciada nos Estados Unidos e que, depois, se alastrou para a Europa e o resto do mundo. "Isso nãoquer dizer que não estamos sentindo ou que nãosentiremos os efeitos da crise, mas o importante é que aeconomia brasileira está em melhores condiçõespara enfrentá-la." O presidente doBanco Central afirmou que a cotação do dólar, hoje, está próxima da média histórica dosúltimos 10 anos (R$ 2,34) do câmbio flutuante. Naestréia desse regime, o dólar valia R$ 1,32, chegando ao pico deR$ 3,96 no dia 22 de outubro de 2002. Meirelles lembrou que, em dez anos de câmbio flutuante, o paísconviveu com inúmeras crises de conjuntura vividas porimportantes parceiros comerciais e não foi afetadosignificativamente porque desenvolvia uma políticamacroeconômica consistente.