Lula poderá fazer nova viagem à China este ano

19/01/2009 - 19h25

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cincoanos após a primeira viagem como chefe de Estado à China, o presidente Luiz InácioLula da Silva poderá retornar ao país asiático. O ministro dos NegóciosEstrangeiros, Yang Jiechi, esteve hoje (19) com o presidente daRepública em Brasília e também se reuniu no Itamaraty com o ministrodas Relações Exteriores, Celso Amorim. As chancelarias do Brasile da China trataram da possibilidade da viagem de Lula, que deverá ser acompanhado de umacomitiva de empresários, ainda neste semestre. Também está prevista, nos próximos meses, a visita dovice-presidente Xi Jinping ao Brasil. De acordo Amorim, “a China é vista com um misto de terror efascínio, nós queremos dar mais ênfase no fascínio”. Para o ministro, avisita do ministro chinês marca “um novo impulso político” na relação entre osdois países, “que culminará na viagem do presidente do Brasil à China”. O chancer disse, ainda, que os dois países querem estabelecer um plano detrabalho que envolva cooperação econômica e na área de ciência etecnologia. Os dois ministros também trataram da importância“de manter o comércio equilibrado, procurando ver quais são asoportunidades”. “Não se trata de estabelecermecanismos rígidos, se trata de criar as oportunidades, mas tambémsabermos vender bem os nossos produtos e as oportunidades deinvestimentos no Brasil”, explicou o chanceler brasileiro.OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo,poderá contar com recursos do China Development Bank. O presidente doBNDES, Luciano Coutinho, estuda a possibilidade de captar dinheiro daChina e de outros países para financiar investimentos no Brasil. Odinheiro chinês poderá ser captado por meio da emissão de títulos oumesmo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na semanapassada, a China tornou-se sócia do banco multilateral.“Apresença aqui do banco de desenvolvimento chinês é muito positivaporque ela vai permitir descobrir áreas em que pode haver interesse deempresas chinesas investir no Brasil. Creio que também poderá ser muitoútil para desenvolvimento em infra-estrutura”, observou Amorim, assinalando que o investimento em infra-estrutura poderá reduzircustos de produtos comprados pela China no Brasil.O chancelerbrasileiro conversou com o ministro chinês sobre o andamento de acordos sanitários paraexportação de carne e frango e sobre a possibilidade da China investirna produção de óleo de soja e de etanol. “A China tem que mudar a suamatriz energética e, para isso, vai precisar de energia limpa. O etanol éuma fonte boa, eles podem comprar o etanol e podem até investir aqui,nós estamos abertos a inversões”, disse.O ministro Yang Jiech afirmou que a China tem interesse em aumentar o intercâmbio com o Brasil, inclusive as importações. Em 2008,o Brasil importou mais de US$ 20 bilhões da China e exportou US$ 16,4bilhões. O Brasil recebeu um terço dos US$ 50 bilhões investidos pela China na América Latina e Caribe no ano passado.