Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma redução ousada da taxa básica de juros (Selic) e um corte coordenado deimpostos são duas das propostas de combate à crise financeira que representantes da Central Única dosTrabalhadores (CUT) levarão hoje (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, emreunião marcada para esta tarde em Brasília. A informação foi dada pelopresidente nacional da central sindical, Artur Henrique, em entrevista coletiva em São Paulo.“Vamos levar a discussão histórica que a CUT vemdesenvolvendo sobre a redução da taxa de juros”, disse Henrique, além de debater com a executiva da central os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. “A cada ponto percentual de queda na taxa, você tem R$ 15 bilhões a mais disponíveispara desenvolver a produção no país.”Henrique afirmou, entretanto, que só a redução dos juros nãobasta. A CUT vai propor medidas para a queda dos juros cobrados pelos bancos e parauma melhor distribuição do crédito já disponível no mercado.A central pedirá também uma desoneração fiscal coordenada entregovernos federal, estaduais e municipais dos setores mais afetados pela crise. “O ICMS [Imposto sobreCirculação de Mercadorias e Serviços] corresponde a 26% ou a 27%de toda a arrecadação de impostos no país e é um imposto estadual.”De acordo com a proposta da CUT, empresas beneficiadas comas medidas teriam que garantir a manutenção dos empregos de seus funcionários.A central vai propor ainda uma suspensão temporária do superávitprimário; mais investimentos do Banco do Brasil no mercado de veículos usados;manutenção de investimentos de outras empresas estatais, como Petrobras e Eletrobras;e a garantia de aumento real do salário mínimo, como havia sidoacordado com as centrais.“Nossas propostas estão focadas na manutenção de emprego e geração de renda”, afirmou Henrique. “Quarenta milhões de brasileirosdependem do salário mínimo. Uma elevação injeta recursos na economia epossibilita a continuidade do consumo."