Brasil não deve temer provável aumento das exportações americanas, diz Unger

19/01/2009 - 5h18

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista exclusiva à Agência Brasil paraanalisar os reflexos políticos e econômicos da posse deBarack Obama como presidente dos Estados Unidos, o ministro deAssuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmou queo Brasil não será necessariamente prejudicado peloaumento das exportações americanas, que deveráser estimulado pelo novo governo. “OsEstados Unidos vão ter que fazer uma grande ajuste e nãocontinuar a viver da poupança dos outros. Isso não éum problema para o Brasil , porque nossas exportaçõessão extremamente diversificadas. Em geral, a liquidez mundialsecará e nós teremos que andar com as nossas própriaspernas. Mas isso não é ruim, é bom, é ainstigação para a reconstrução do Brasil.As soluções fáceis desaparecerão”,argumentou Unger. Oministro defende que o Brasil dedique esforços àqualificação de suas pequenas e médias empresas,inclusive com possíveis parcerias com os EUA voltadas para amodernização tecnológica do setor. “Não podemos pensar pelo viés de um neomercantilismoem que o objetivo é simplesmente exportar mais. Não épor aí. Temos que evitar imaginar que o país serámais próspero se virar uma combinação de grandefazenda, grande mina e uma montadora média. Isso nãopresta para o Brasil e é a aposta em trabalho barato”,afirmou Unger. “Vejo este momento histórico como um grandemomento para o Brasil. Minha angústia é o Brasil ficaraquém por falta de imaginação e audácia.Tratemos de evitar esse desperdício”, acrescentou.