Seminário internacional discute modelo brasileiro para locação social

09/12/2008 - 4h42

Kátia Buzar
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dados doCenso Demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE), mostram que existem cerca de 4,5 milhões dedomicílios vagos em contrapartida ao déficithabitacional de 6,5 milhões de moradias no país (Pnad 2006). Entre os brasileiros diretamente afetados pelo déficthabitacional, cerca de 97% não têm acesso a crédito,são pessoas de baixa renda.Com o propósitode minimizar esse contraste e criar políticas habitacionaismais justas, foi aberto ontem (8) à noite, em Brasília, o SeminárioInternacional de Locação Social. O encontro vai  até quinta-feira(11).De acordo com asecretária nacional de Habitação do Ministériodas Cidades, Inês Magalhães, o encontro será uminstrumento para ajudar a encontrar meios de garantir o acesso àmoradia, já que 18 milhões dos imóveisocupados pela população de baixa renda no Brasil sãoirregulares.“Pretendemos sairdaqui com um grupode trabalho para construir o que estamos chamando de modelobrasileiro de locação social”, informou a secretária.A locaçãosocial é um modelo pelo qual governo e iniciativa privada seassociam para garantir às famílias aluguéis a umcusto baixo. A alternativa vem sendo empregada com sucesso no Uruguaie em vários países da Europa, como a Itália.O representante dogoverno italiano no seminário, Paolo Morelli, disse que aidéia é colocar à disposição dogoverno brasileiro o conhecimento de locação socialaplicado em cidades como Milão, Turim, Gênova, paraajudar na construção de um modelo adaptado àrealidade nacional.“Não éuma tranferência de recursos, o Brasil não precisadisso. Vamos transmitir nossa experiência”, afirmou Morelli.Na opinião do representantedos movimentos populares Luís Gonzaga da Silva, para a locaçãosocial dar certo toda a sociedade tem que estar engajada no projeto.“Se os proprietáriosmantêm imóveis fechados pensando na especulaçãoimobiliária,vão ficar no prejuízo. Ou eles vêmpara esse debate conosco, ou eles vão ficar no prejuízo,os imóveis vão continuar fechados”.