Professor diz que Declaração dos Direitos Humanos esbarra em questões políticas

10/12/2008 - 0h17

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aspectos políticos dificultam a aplicação, em algumas nações, dos preceitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa hoje (10) 60 anos, avalia o professor de história e pedagogo Ricardo Barros. “Ainda há governos autoritários que não cumprem a declaração com o devido respeito”, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.Elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU) logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos contém uma série de recomendações no sentido de que, por meio da educação e da cultura, os países contribuam para que os direitos humanos sejam respeitados e exista harmonia na convivência entre as nações.No Brasil, ressaltou Barros, a aplicação da declaração dos direitos humanos tem avançado nos últimos anos. “A Declaração dos Direitos Humanos não tem força de lei, mas ajuda como base na formulação de outros documentos. Diversas constituições que asseguram a vida em sociedade foram baseadas nessa declaração. No Brasil, sem dúvida nenhuma, há uma grande referência em diversas leis a essa declaração”, disse o historiador.Para ele, os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos devem ser comemorados. “Essa declaração é uma conquista da humanidade. Portanto, hoje imaginar o mundo sem ela é algo bastante difícil. Ela nasceu em um contexto muito difícil, após a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo procurava uma situação de paz. E a declaração veio com esse intuito de garantir essa paz e a harmonia entre os povos”, destacou.“Acredito que há motivos para comemorar mais um ano de declaração porque sem ela o mundo seria bastante diferente. Ela é muito importante para a humanidade e deve ser comemorada”, completou.