Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diretora de Gáse Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu hoje que a estatal está estudando a viabilidade deinstalar unidades flutuantes de liquefação de gásnatural próximas às unidades de produçãoem alto-mar.Sem se referirespecificamente à área do pré-sal, onde aestatal brasileira descobriu recentemente o campo de Júpiter –com potencial ainda desconhecido de produção de gásnatural – Graça Foster disse que a experiência éúnica no mundo.“Nós temos ummercado flexível aqui dentro (térmico e não-térmico)e estamos trabalhando na otimização dessainfra-estrutura (e aí eu falo do óleo e do gás).E isso implica nós consideramos a possibilidade de termosuma unidade flutuante de GNL (gás natural liquefeito),inclusive para atender ao mercado doméstico”.A diretora de Gáse Energia da Petrobras lembrou que a estatal já possui doisterminais flutuantes de GNL, que só operam em águas rasas, “e possivelmente terá umterceiro” para o alto-mar , e questionou: “Se eu tenho os navios, terei o gás. Por que é que eu vou buscar o produto lá na Nigéria,no Catar ou sei lá aonde se o gás que é meu estáa 300 quilômetros da costa? Eu vou lá, encosto o navio,recolho o gás o trago na condição liquefeitapara o mercado doméstico”. Em sua avaliação,a iniciativa, dará ainda mais flexibilidade ao mercadobrasileiro de gás e, em momentos favoráveis do ponto devista da produção e volume,dará à estatal a possibilidade de atuar no mercadospot.“Cria-se um mercadodoméstico ainda mais flexível. Porque se eu estou em ummomento de grandes volumes de gás,porque eu vou parar de produzir o campo? Eu pego o meu navio e voupara o mercado internacional colocar o meu produto”.Como não existeatualmente em operação em nenhuma parte do mundo umaunidade flexível de GNL offshore (no mar), Graça Fosterlimitou-se a estimar o investimento necessário para aconstrução de uma unidade deste tipo, que produzadiariamente entre 10 e 20 milhões de metros cúbicos pordia. “Os númerosque eu tenho lido variam entre US$ 3,5 a US$ 10 bilhões paraliquefazer offshore. Isto seria uma unidade de produçãoaí em torno de 10 a 20 milhões de metros cúbicospor dia. Mas ela não existe e os valores podem ser meramenteespeculativos”, admitiu