Petrobras não acredita na interrupção do fornecimento de gás boliviano ao Brasil

08/09/2008 - 18h44

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diretora de Gáse Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou hoje(8) que acredita no “bom senso” das autoridades bolivianas, e quenão está preocupada com a possibilidade de que hajainterrupção no fornecimento diário de cerca de31,74 milhões de metros cúbicos do gás bolivianopara o país.Graça Fosterlembrou que o único problema no fornecimento do gásboliviano para o Brasil aconteceu há dois anos e foi porrazões climáticas: as chuvas provocaram deslizamento deterra que descobriu dutos da companhia em solo boliviano.“Preocupados com aBolívia, eu diria que nós não estamos, porque euacredito absolutamente no bom senso. Eu não conheçosupridor mais confiável do que os bolivianos. Eles sãoprecisos”, afirmou.De acordo com adiretora, a instabilidade política existente hoje em dia naBolívia, com a oposição ao governo do presidenteEvo Morales ameaçando interromper o fornecimento de gáspara o Brasil, é um problema interno do país. Graças Fosteradmitiu que a estatal brasileira não tem um plano B para ocaso da suspensão do fornecimento do gás ao Brasil.“Não tem umplano de contingência montado especificamente para essasituação da Bolívia, porque até apresente data não há nenhum sinal de que eu tenho quepartir para ele”, disse.O diretora disse que emcaso da falta do gás proveniente da Bolívia, aPetrobras não teria como utilizar as plantas de gásnatural liquefeito (GNL) de Pecém, em Pernambuco, e da Baíade Guanabara, no Rio de Janeiro.“Se houver problemas,não teria como utilizar o terminal de regaseificaçãoda Baia de Guanabara, em fase de ajustes, para entrar em operaçãoem novembro e dezembro deste ano. Pecém também nãoporque não tem como o GNL subir para atender o Sul ou descerpara o Sudeste. Isso só será possível com aentrada em operação do Gasene, em março de 2010.Então o gás não tem como chegar lá emcima, nem descer aqui para o Sudeste”, disse.A diretora lembrou quea situação dos reservatórios hoje étranqüila, o que permitiria à estatal trabalhar da melhorforma os dois mercados (o térmico e o não-térmico).