Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) doBanco Central reúne-se amanhã (9) e quarta-feira (10) para discutir comoficará a taxa básica de juros que remunera os títulos depositados noServiço Especial de Liquidação e Custódia (Selic). No momento, a Selic está em 13% aoano e deve aumentar para 13,75%, de acordo com expectativa dominante domercado, como mostra a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada hoje(8).De acordo com o economista Carlos Eduardo Gonçalves,da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), “o pior da alta depreços parece ter ficado para trás, e a inflação começa a amolecer”.Mas, ele acredita que o aperto monetário vai continuar porque a demandadoméstica por produtos continua mais forte que a oferta, o que é sinalde pressão futura nos preços.Eduardo Gonçalves disse que aposta que a determinação do BC detrazer a inflação para o centro da meta de 4,5% até o final de 2009,demanda “continuada rigidez” na condução da política monetária. Razãoque o leva a estimar aumento de 0,75 ponto percentual nessa reunião emais duas evoluções de 0,5 ponto percentual cada, nas reuniões do Copom no final deoutubro e início de dezembro.O professor da Universidade de São Paulo (USP), JoséFrancisco de Lima Gonçalves, também destacou, na Carta Conjuntura daFipe, que, “enquanto não houver sinal claro e convincente dedesaceleração no crescimento da demanda, a alta [da taxa básica dejuros] prosseguirá”. Ele também prevê uma Selic de 14,75% no finaldeste ano, e disse que deve permanecer assim durante o primeiro semestrede 2009 para, só então, começar a ceder.Carlos Eduardo Gonçalves e José Francisco de Lima Gonçalves são uma pequenamostra do universo que compõe a pesquisa semanal do BC, realizada todasas sextas-feiras, com uma centena de consultores econômicos e deinstituições financeiras sobre as expectativas de mercado para osprincipais indicadores da economia. A pesquisa resulta no boletim Focusque, há cinco semanas, repete estimativa de 0,75 ponto percentual deevolução na taxa Selic, na reunião que começa amanhã.O colegiado de diretores doBC iniciará a primeira parte da reunião do Copom depois das 15 horasdesta terça-feira. Oportunidade em que eles assistirão exposições doschefes de departamento do banco sobre as perspectivas nos diferentessegmentos da economia, no Brasil e lá fora, com enfoque especial para oacompanhamento de preços e possíveis pressões inflacionárias.A “dosagem” do aperto monetário só será conhecida,porém, no início da noite de quarta-feira, quando terminar a segundarodada da reunião (também a partir das 15 horas) da qual participamsomente os diretores, com direito a voto, e o gerente de Relacionamentocom Investidores, sem voto.