Correios promovem campanha para evitar ataques de cães a carteiros

06/09/2008 - 14h46

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Nos últimos cinco anos,cerca  de 5 mil carteiros sofreramataques de cães no Brasil. As mordidas são o terceiro motivo de acidente detrabalho entre carteiros.  No anopassado, foram 1.098 ataques. O estado com maior número de casos é São Paulo,com 1.612 ataques registrados desde 2003. Em seguida vêm Paraná (1.047), RioGrande do Sul (680) e Rio de Janeiro (474). Para reduzir o número e garantir a segurança e a integridade física dos profissionais, os Correiosiniciaram  neste mês umacampanha para pedir à população que tome algumas medidas para evitar ataques de cães. A campanha já estão sendo realizada no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Piauí, São Paulo, Paraná e Distrito Federal e se estende até janeiro de 2009.O secretário-geral do Sindicato dosTrabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos,  acredita que o  número real de mordidas de cachorro é bem maior,uma vez que os ferimentos mais leves  nãochegam a ser registrados. “Com a deficiência na áreade segurança pública, as pessoas tendem a criar cachorros para sua própriadefesa, o que aumenta os riscos para os carteiros”, argumenta.

Os Correios apontam como umadas principais causas do ataque canino,  a falta ou a instalação inadequada de caixasreceptoras de correspondências, o que obriga os carteiros  a entrar no pátio de residências e lojas,aumentando os riscos de ataques.  Durante a campanha, as localidades de risco vão mapeadas por esses profissionais.

Os domicíliossem caixa receptora de correspondências ou com caixa mal posicionada serãoorientados a corrigir o problema de forma a evitar a exposição do carteiro aorisco de um ataque pelo cão.

Para o carteiro curitibano Pedro Meira, 32 anos, oscães de alguma forma reconhecem o profissional pela cor da roupa, o uniforme, e“os trata como invasores de domicílio”. Ela conta que estava voltando para casauniformizado quando um cão veio em sua direção furioso e o mordeu no braço. Ele levou dez pontos e ficou dez dias afastado do trabalho. “Depoisdisso fiquei atento e percebi que outras pessoas passam num mesmo local e os cãesnem latem. Basta um carteiro passar para eles ficarem mais agressivos.”

Israel Simione, 46 anos, trabalhando há 11anos como carteiro em Curitiba,  diz quenesse período já foi atacado por cãesduas vezes. “ A situação mais grave foi uma mordida naperna. A calça ficou tão estraçalhada na luta com o cachorro que tive que jogarfora. Foram dez dias sem poder trabalhar. Como na casa não tinha caixa paracorrespondência, bati palmas. Um cachorro veio correndo da casa ao lado, puloua cerca e me atacou”, contou.

Muito pessoas são assinantes de jornais e revistas. Por isso, os Correios recomendam que a caixa tenha dimensões para que sejam depositados nela. As seguintes medidas são recomendadas:  36 cm de profundidade, 27 cm de largura, 16 cmde altura e abertura de 25 cm de largura por 2 cm de altura. A caixa deve serinstalada entre 1,20 m e 1,60 m do piso, com a abertura voltada para a rua. Os Correios vão ainda divulgar o prazo para que os moradorespossam se adequar.