Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão deÉtica Pública da Presidência da Repúblicaadiou a conclusão da análise sobre a conduta do chefede gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, GilbertoCarvalho, durante uma conversa com o ex-deputado federal Luiz EduardoGreenhalgh, a respeito de uma investigação envolvendo o advogado Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom eum dos principais assessores do banqueiro Daniel Dantas, preso naOperação Satiagraha, da Polícia Federal.De acordo com opresidente da comissão, Sepúlveda Pertence, o órgãoprecisa de mais tempo “para refletir” sobre o caso. Ele disse que jáexiste um esboço do relatório do advogado Roberto deFigueiredo Caldas, conselheiro da comissão. A próximareunião do colegiado está marcada para o dia 29 desetembro, e o caso de Carvalho deve voltar à pauta. O diálogo entreCarvalho e Greenhalgh integra as investigações daOperação Satiagraha, da Polícia Federal, quelevou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o investidorNaji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.O ex-deputado pediu aoassessor de Lula que verificasse se o governo estava fazendoinvestigação sobre seu cliente. Gilberto Carvalhoadmitiu ter conversado Greenhalgh sobre Humberto Braz, mas nega tercometido tráfico de influência.Pertence explicouporque está impedido de analisar se houve influência daministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no processo de venda daVarig e da Variglog. Ele disse que durante a venda das empresas foiconsultado informalmente por advogados envolvidos nas negociaçõese por este motivo ausentou-se do caso. Com a decisão dePertence, o julgamento está parado desde junho por falta dequorum mínimo. O colegiado tem apenas quatro conselheirosnomeados, exatamente o número necessário para julgar. Opresidente Lula precisa nomear membros para três das sete vagasda comissão.Dilma é suspeitade ter beneficiado o fundo americano Matlin Patterson e mais trêssócios brasileiros na compra das empresas aéreas,conforme acusações levantadas pela ex-diretora daAgência Nacional de Aviação Civil (Anac) DeniseAbreu, em junho deste ano.