Bispo diz que mudança na demarcação da Raposa seria “fatal” para os índios

25/08/2008 - 16h44

Marco Antônio Soalheiro*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O bispo dom ErwinKrautler, que atua na região do Xingu (PA) e possui umhistórico de luta em defesa dos direitos humanos, disse hoje(25) em Brasília temer os efeitos de uma eventual decisãojudicial que modifique a demarcação da Terra IndígenaRaposa Serra do Sol, em Roraima. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgarána próxima quarta-feira (27) ações que contestama demarcação promovida pelo governo federal e foram impetradascom objetivo de garantir a permanência de arrozeiros e famíliasde agricultores brancos em parte da área de 1,7 milhãode hectares.“Se decidirem contraos povos indígenas, isso cria um precedente fatal. Qualquerárea hoje demarcada e homologada seria passível de umnovo estudo. De repente vão descobrir riquezas naturais edizer que a homologação não vale. Estou commuito medo, porque as forças do capital são tremendas equerem avançar sobre as áreas”, afirmou dom  Krautler.Segundo o religioso, háem toda a região amazônica muitas pessoas ameaçadas,correndo risco de vida, por defenderem outro modelo dedesenvolvimento.“Não adiantasó mandar policial. Tem que cumprir a Constituição [Federal],que não pode ser questionada por meia dúzia dearrozeiros”, reclamou.