"Vamos deixar de fofocas", pede juiz à CPI das Escutas Telefônicas

12/08/2008 - 23h00

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “Vamosparar de fofocas e ir direto ao tecnicismo”, disse hoje (12) o juizFausto Martin De Sanctis, encarregado do processo sobre a OperaçãoSatiagraha, da Polícia Federal, ao responder àsinsistentes tentativas do deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) para queo magistrado apontasse quem teria interesse em destruir a sua imagem.De Sanctis prestou depoimento à Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) das Escutas Telefônicas, da Câmarados Deputados.

“Nãovou falar quem são os autores, mas que isso existe, existesim”, disse o juiz, que determinou, por suas vezes, a prisãodo banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Nas duasocasiões, o empresário – acusado de comandar um grupoenvolvido num suposto esquema de corrupção, lavagem dedinheiro, formação de quadrilha e tráfico deinfluência – foi solto por decisão do presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.O juiztambém criticou os vazamentos de informações dasinvestigações. Na maior parte das vezes, ressaltou omagistrado, as informações vazam pelas mãos daspróprias partes que buscam jogar no descrédito otrabalho da Justiça ou da polícia.“Osvazamentos têm ocorrido a partir de cópias dadas àspartes. É isso que tem ocorrido. Muitas vezes, háinteresse da própria parte em vazar para demonstrar: 'Olhacomo esse juiz não é sério! Olha como essapolícia não sé séria!'”, disse o juizem depoimento.Omagistrado defendeu que se tomem medidas para impedir vazamentos.“Alguma coisa tem que ser feita. Não se agüenta maisvazamentos”, defendeu.