Renda agrícola deve ser 17% maior em 2008, estima Ministério da Agricultura

12/08/2008 - 17h34

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Arenda agrícola nacional, que leva em consideração o valor bruto dos20 principais produtos agrícolas, deve ser de R$ 156,7 bilhões em2008, cerca de 17% a mais que no ano passado. Os números, divulgadoshoje, foram calculados pela Assessoria de Gestão Estratégica doMinistério da Agricultura e, como quase todas as culturas jáforam colhidas, a estimativa não deve sofrer grandes alterações.

O maior crescimento deve seralcançado pela Região Centro-Oeste, onde a renda agrícola deve passar de R$ 28 bilhõespara R$ 39,4 bilhões, um aumento de 40,6%.  

Parachegar ao resultado final, os técnicos multiplicam o volume da produçãoda safra pelo preço recebido pelos produtores nas principais regiõesprodutoras do país. O valor real, descontada a inflação, é obtido peloÍndice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da FundaçãoGetulio Vargas (FGV). Segundo nota divulgada pelo ministério, "o valor de desempenho daagricultura é o sinalizador do comportamento e tendência das commodities no mercado".

Alémdo destaque para o Centro-Oeste, as regiões Sul, Sudeste e Nordesteapresentaram crescimentos de 8,2%, 4,7% e 4,8%, respectivamente. A Região Norte foi aúnica com queda na renda, de 12,9%, mesmo com aumento de 13,1% naprodução de grãos. Isso porque, para que haja aumento da renda, tambémé fundamental que os preços dos produtos não caiam.

Porconta do aumento de produção e do preço, sete produtos tiveram aumentosde renda expressivos: feijão (89,4%), cebola (54,8%), café (48,1%),trigo (44,3%), milho (32,2%), soja (31,3%) e amendoim (33,6%). Segundo o ministério, produtos como o algodão, a cana-de-acúcar, a pimenta-do-reino, o tomate e a uvadevem sofrer forte queda, devido à diminuição da produção, dos preçosou de ambos.

ARegião Sudeste segue liderando o ranking de renda agrícola com R$ 49bilhões, seguida pela Região Sul com R$ 43,5 bilhões. O Nordesteaparece com R$ 17,6 bilhões e o Norte com R$ 5,8 bilhões. Se atendência de crescimento se mantiver, entretanto, é possível que, nopróximo ano, haja mudança de posições no ranking da renda agrícola, influenciada, principalmente,pela produção de soja no Mato Grosso.