Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador-geral de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch, afirmou hoje (12) que o Brasil ainda apresenta carências que precisam ser resolvidas não só em termos da hotelaria, como de infra-estrutura. Ele participou do 50º Congresso Nacional de Hotelaria (Conotel), no Rio de Janeiro.Moesch apontou a existência de um problema de informalidade dos pequenos empreendimentos e também de capacitação de mão-de-obra. “Esses são alguns problemas que a gente vê hoje na hotelaria, no contexto geral em termos de Brasil. Existe muita informalidade, notadamente nos pequenos hotéis e pousadas que o ministério busca trazer para a formalidade, e falta de qualificação de mão-de-obra”.
Como o setor tem problemas de sazonalidade, com altas e baixas temporadas, as pessoas às vezes são qualificadas e acabam dispensadas em um período de baixo movimento. Quando o período de alta volta a ocorrer, o bom profissional muitas vezes não é encontrado. Para solucionar o problema da informalidade, Moesch revelou que o cadastro online do ministério (Cadastur), lançado em julho de 2007, já conta com 40 mil prestadores de serviços cadastrados, dos quais 5,3 mil são hotéis.
Segundo ele, o Cadastur “traz esses empreendimentos informais para a formalidade”. O cadastro online pode também disponibilizar para os prestadores de serviço os vários programas do Ministério do Turismo. Outra dificuldade é cultural, apontou. “Não só para as Olimpíadas, mas para a Copa do Mundo também, nós vamos encontrar o problema de mão-de-obra que fale fluentemente mais de um idioma”. Entre as soluções, Moesch sugeriu a criação de linhas de crédito para resolver o problema de estrutura da rede hoteleira de uma a três estrelas, em especial. “Os hotéis têm que trabalhar mais em função da sustentabilidade e da funcionalidade para redução de custos”, indicou. O Cadastur já oferece para os empreendimentos cadastrados uma linha de crédito diferenciada, “com juros bem mais baixos”. A linha é operada pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Para a nova matriz de classificação da hotelaria que está sendo estudada pelo ministério, revelou Moesch, a idéia é criar uma linha especial para que o hotel se atualize e mantenha o grau de estrelas, ou possa subir de nível, passando de duas para três estrelas e de três para quatro, por exemplo, de acordo com a conveniência de mercado.
Em relação à capacitação, ele afirmou que tem que ser feitos investimentos em educação e formação técnica. Disse que algumas ações já estão sendo efetuadas pelo ministério. Foi firmado recentemente convênio com esse objetivo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), visando à Copa de 2014.