Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O faturamento daindústria de alimentos cresceu 1,86% em junho, em comparaçãocom o resultado do mês anterior. Na comparaçãocom maio de 2007, o crescimento foi de 17,59% . No acumulado do ano,a alta foi de 20,87% e, nos últimos 12 meses, de 16,24%. Osdados foram apresentados hoje (12) pela AssociaçãoBrasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).Segundo o balanço,o volume de alimentos produzido em junho foi 1,68% maior do que o demaio. Quando comparado a maio do ano passado, o volume ficou 6,18%acima. No acumulado do ano, a produção foi 7,97% maisalta do que no mesmo período do ano passado e, nos últimos12 meses, 4,73 % maior.O presidente da Abia, Edmundo Klotz, atribuiu ocrescimento do consumo e do faturamento no setor ao aumento da ofertade empregos e da renda da população e também àmelhor remuneração dos trabalhadores. Klotz disse que o primeiro semestre foi muito bompara a indústria de alimentos: “Apesar dos preçosaltos e da inflação, houve seguramente aumento deganhos, salários e renda, em porcentual bastantesignificativo.” Ele destacou os setores de carnes, congelados edesidratados e afirmou que a população começou ase alimentar melhor e que os produtos mais nobres foram os maisconsumidos.De acordo com as projeções da Abia,o faturamento do setor deve chegar neste ano a R$ 268 bilhões,16,2% a mais do que em 2007, quando ficou em R$ 230,6 bilhões.Só em alimentos, a entidade estima que o faturamento seja deR$ 228,1 bilhão. Os R$ 39,9 bilhões restantes devem serfaturados na venda de bebidas.Estimativas da Abia apontam, entre os setores quemais vão contribuir para o resultado, os de derivados decarne, que devem faturar R$ 60,99 bilhões, 19,98% a mais doque no ano anterior; beneficiamento de café, chá ecereais, com previsão de R$ 31,62 bilhões (+ 28,06%);óleos e gorduras, com R$ 29,81 bilhões (+ 25,94%); elaticínios, com 27,33 bilhões (+15,50%). Segundo dados da Abia, as exportações,que no ano passado atingiram US$ 26,6 bilhões, comcrescimento de 17,5% sobre o ano anterior, e aumento de 4,1% novolume, poderão chegar em 2008 a US$ 29,7 bilhões(+16,3% ). A previsão é de exportações emtorno de 44 milhões de toneladas, o que representaria queda de5,5% na comparação com o ano de 2007.Klotz, também apontou as principaispreocupações do setor de alimentos: crescimentodo país abaixo da média dos países emergentes, regulamentação excessiva, falta de investimentos emlogística e de uma saída para o Oceano Pacífico, crescimento das marcas próprias do varejo, a necessidade deredução da tributação nos alimentos e ainflação mundial dos alimentos. "Além dos juros, que estão noscastigando tremendamente. Nós temos muito a resolver. Éum país que por mais que produza e evolua, ainda estáatrás dos outros emergentes”, completou.