Panificadores atribuem baixa no preço do pãozinho às isenções fiscais

08/08/2008 - 18h33

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A queda no preçoda farinha de trigo e do pão francês registrada no mêsde julho, para os panificadores, já é reflexo dasisenções fiscais concedidas pelo governo federal nofinal do mês de maio deste ano. Os produtores de trigoe de pão francês ficaram isentos do recolhimento doPrograma de Integração Social e da Contribuiçãopara Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre essesprodutos e da taxa de 25% cobrada pelo frete nas importações.De acordo com aAssociação Brasileira da Indústria do Trigo(Abitrigo), no dia seguinte à adoção das medidas, osmoinhos reduziram em 10% o preço da farinha. Essa reduçãorepercutiu no preço final do pãozinho, com umaredução imediata de 4%, de acordo com o presidente daAssociação Brasileira da Industria Panificadora (Abip),Alexandre Pereira da Silva. “A reduçãodo PIS e Cofins para as padarias não influenciou muito porquevárias padarias são enquadradas no Simples. Mas, como aisenção atingiu também a farinha de trigo, issoacabou sendo repassado. Os donos de padaria que haviam aumentado opreço em maio, baixaram em 4%. Quem ainda não haviaaumentado, teve condições de manter o preço. Afarinha de trigo contribui em 40% no custo do pãozinho. Destaforma pudemos repassar na integralidade a reduçãoocorrida nos moinhos”, destacou Alexandre Silva.De acordo com o ÍndiceNacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje(8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), a farinha de trigo, que havia registrado alta de 2,37% emjunho, marcou uma variação negativa de 1,75% em julho.O decréscimo no preço do pão francês foide 0,11%. Em junho, o preço do pãozinho docafé-da-manhã do brasileiro havia aumentado 1,32%.As medidas valem até31 de dezembro deste ano, mas os panificadores já fazem gestãojunto ao governo federal para que elas sejam prorrogadas pelo menospor mais seis meses. “Nós acreditamos que essas medidasdeveria ser eternas pelo fato do pãozinho ser essencial namesa de todo brasileiro. No entanto, estamos conversando com a equipeeconômica do governo para que as isenções sejamprorrogadas por mais seis meses pelo menos, até que a criseinternacional na produção de trigo se estabilize. Houveuma conscientização dos panificadores de que nóstínhamos que dar a nossa contribuição baixando opreço”, destacou.Alexandre Silva disseainda que não acredita que o preço do pãozinhocontinue caindo. Segundo ele, a redução dos preçosjá chegou no limite.