Brasil forma menos pilotos da aviação do que precisa, alerta associação

08/08/2008 - 17h49

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil tem um déficitde 40% na formação de pilotos comerciais e mecânicosde avião. Atualmente o país precisa formar 1.000pilotos por ano, mas só consegue 600. As informaçõessão do presidente da Associação Brasileira deAviação Geral (Abag), Rui Thomaz de Aquino. Ele e outrosrepresentantes da aviação se reuniram hoje (8) com oministro da Defesa, Nelson Jobim, para discutir os problemas dosetor, como os serviços de taxi aéreo e a aviaçãode pequeno porte.“O Brasil vemformando muito menos pilotos do que necessita. Vamos ter problemas acurto prazo para encontrar pilotos para atender os aviões degrande porte”, alertou Aquino. O principal problemaapontado por Aquino para o baixo número de pilotos é afalta de uma política governamental.“Precisamos criarmais escolas e fomentar a formação [de pilotos emecânicos]. É muito caro um curso de piloto, e nãotemos uma política definida de formação demecânicos”, disse. Hoje cada hora-aula devôo custa cerca de R$ 350. Além do custo da hora-aula,Aquino disse que o setor também reclama do preço docombustível. Ele propõe que ogoverno reduza os impostos, como a Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico (Cide),que incide diretamente nos combustíveis. O presidente da Abaginformou que o ministro da Defesa pediu que fosse feito umlevantamento real do déficit e da demanda da formaçãode pilotos e mecânicos, para que ele pudesse implantar umprograma específico para atingir a necessidade do setor. Segundo Aquino, umaprova de que a demanda por pilotos tem sido maior do que a entrada denovos profissionais no mercado foi a diminuição dotempo de experiência de horas de vôo para contrataçãode pilotos. Se há três anos as companhias exigiam trêsmil horas de experiência, hoje, segundo ele, estãocontratando pilotos com mil horas de vôo.Outro problema levadoao ministro da Defesa pelos representantes da aviaçãogeral é a falta de funcionários da AgênciaNacional de Aviação Civil (Anac) para fiscalizar todasas aeronaves. “Temos 11 mil aeronaves no setor que necessitam deinspeção, regularização, controle e issotudo depende da Anac”, disse Aquino, acrescentando que ostransportes aéreos regionais e as linhas regulares têmjuntos 350 aeronaves.“Então, [aaviação geral] requer muito mais gente, muito maisdemanda de controle de eficiência. Além disso, a aviaçãoregular e a regional atendem a 130 cidades, todo o resto écoberto pela aviação geral”, destacou.A reunião dehoje foi a terceira de uma série de encontros do ministroJobim com representantes da aviação civil. Jáforam ouvidos os segmentos da avião regional e comercial. O Ministério daDefesa além de fazer um levantamento dos problemas do setorpara apontar soluções, quer criar um canal deinterlocução mais ágil entre governo e asempresas.