Produzir etanol a partir do milho é “idéia de jerico”, afirma ministro do Planejamento

29/07/2008 - 17h37

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção de etanol a partir do milho é, na avaliação do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, uma “idéia de jerico”, na medida em que, para produzir o combustível, segundo o ministro, os norte-americanos estão contribuindo para o encarecimento dos alimentos em todo o mundo.“Você retirar um produto de larga utilização, na alimentação humana e de animais, para fazer etanol – e que sabidamente está provocando o encarecimento do milho e, por extensão, dos alimentos no mundo inteiro – é insustentável e não há como manter desta forma”, acredita Bernardo.O ministro do Planejamento disse acreditar que os americanos vão acabar por perceber a inviabilidade do processo por lá utilizado e que é muito mais barato produzir álcool combustível a partir de outras fontes, inclusive a própria cana-de-açúcar produzida nos Estados Unidos.Na avaliação de Paulo Bernardo, cedo ou tarde este processo (o americano, que usa o milho) vai entrar em “colapso”, o que será benéfico para os produtores brasileiros de álcool.“O Brasil já é vitorioso no caso da produção do etanol a partir da cana e, no caso dos americanos, todo o mundo sabe que a produção a partir do milho é uma idéia de jerico. Agora é preciso que a produção se expanda pelo mundo, porque ninguém vai querer sair da dependência do petróleo para o etanol, pelo menos enquanto ele estiver sendo produzido por apenas uns dois países”, disse.Os comentários do ministro do Planejamento foram feitos em palestra a executivosdo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), hoje (29), no Rio deJaneiro.