Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (29), ao comentar a queda de 20% nodesmatamento da Amazônia entre os meses de maio e junho medidopelo Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter),divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe), que “não dá para comemorar” porqueo desmatamento “ainda é muito grande”. Em junho, o Inperegistrou 870 quilômetros quadrados de novas áreas defloresta degradada.
“Aindanão estamos satisfeitos. Eu nunca vou comemorar desmatamento.Nós queremos chegar próximos do desmatamento ilegalzero. O que é bom é que a nossa previsão era deque o desmatamento ia explodir em relação ao anopassado, e agora está começando a se aproximar dosnúmeros de 2007, que teve a menor média dos últimos20 anos”, avaliou.
Mincestima que os dados consolidados do desmatamento na Amazônia em2008 somem 12 mil quilômetros quadrados. Em 2007, o acumuladofoi de 11,2 mil quilômetros quadrados. Há cerca dedois meses, quando assumiu o ministério, a expectativa de Mincera de 15 mil quilômetros quadrados.
Emrelação a junho de 2007, a queda no desmatamento noúltimo mês foi de 55%. Nos 36 municípios que maisdesmataram a Amazônia em 2007, alvos principais das açõesdo governo, a devastaçãoda floresta caiu pela metade nos meses de maio e junho de 2008 emcomparação com o mesmo período do ano passado.
Na região da Terra do Meio (PA), a queda no desmatamento noperíodo foi de 80%, segundo dados do Inpe.
Oministro atribuiu os números a ações de combateao desmatamento iniciadas na gestão da ex-ministra MarinaSilva, entre elas o embargo às terras nos 36 municípios campeõesde desmatamento, as restrições para o recadastramento depropriedades rurais irregulares na Amazônia e a restriçãode crédito a quem desmatou mais do que o permitido pelalegislação.
“São resultados de atos do anopassado, que começam a surtir efeito”, apontou.
Dejaneiro até hoje, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) embargou 606 propriedades rurais –cerca de 115 mil hectares – e o Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária (Incra) cassou 1.066 Certificados de Cadastro deImóveis Rurais (CCIRs) de produtores que não fizeram orecadastramento de suas terras.
“Nadaaconteceu por acaso. Não é sorte, é trabalho,trabalho, trabalho. Isso demonstra nosso trabalho e as açõesdesenvolvidas pelo Ibama e pela Polícia Federal”, avaliou.
SegundoMinc, até agosto a média de operações defiscalização na Amazônia deve ser de 45 pordia, “quase o dobro da média do início do ano”.
Atualmente, cerca de 1.200 agentes do Ibama, da Polícia Federal, doInstituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade, da Polícia Rodoviária Federal, da PolíciaMilitar e da Força Nacional de Segurança estãoatuando no combate ao desmatamento na região.