Haddad anuncia criação da Universidade da África em município cearense

16/07/2008 - 21h26

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar hoje (16) da cerimôniade sanção do projeto de lei que cria o piso nacionalpara professores, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou a criaçãoda Universidade da África, que será sediada em Redenção(CE). A idéia é formar estudantes africanos paraajudar o desenvolvimento daquele continente.“Nós vamosencaminhar ao Congresso Nacional, nas próximas semanas, oprojeto de lei para criar a universidade, voltada para os paísesda África, sobretudo os da língua portuguesa. Da mesmamaneira que nós estamos preparando um projetopolítico-pedagógico ousado para a Unila [UniversidadeLatino-Americana], nós queremos a mesma coisa lá emRedenção”, afirmou o ministro. O nome oficial da novainstituição será Universidade Federal de IntegraçãoLuso-Afrobrasileira (Unilab). Segundo Haddad, alémda necessidade de uma instituição de ensino superiorna região, Redenção foiescolhida por ser o primeiro município que aboliu aescravidão. “Já estamos com um grupo de trabalhoanalisando a proposta em diálogo com os membros da CPLP[Comunidade de Países de Língua Portuguesa], coma Unesco [Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Tecnologia] e com a nossa academia para que o projeto pedagógicoatenda às necessidades da África e seja digno da nossaamizade com os povos africanos”, antecipou.De acordo com o reitor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), PauloSpeller, que é o coordenadorda comissão de implantação da nova universidade,o anúncio oficial da criação da Unilab será feito na VII Conferênciade Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que se realizará no dia 25 de julho, em Lisboa.“A África é a região mais pobre, miserávele carente do globo e o Brasil tem uma relação históricacom ela na sua formação",  justificou. Segundo Speller, haverá pólosda universidade em todos os países-membros da CPLP: Angola,Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé ePríncipe, Timor-Leste, Cabo Verde e Portugal. “Ela seráfinanciada pelo governo brasileiro, mas já há amanifestação de organismos internacionais que queremparticipar, inclusive financiando”, afirmou.Os cursos serãooferecidos em quatro áreas, definidas inicialmente a partir dasdemandas africanas, tais como ciências agrárias, saúde,formação de professores e gestão. Metade dosalunos será de brasileiros e o restante de africanos. Speller disse que a comissão pensa em criar estratégias para que os estudantesretornem de fato ao seus países de origem. A expectativa éque as atividades da Unilab comecem a partir do segundo semestre de 2009 e auniversidade esteja funcionando plenamente em 2010.