Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, encaminhará uma minuta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para que os bancos liberem crédito aos agricultores com dívidas passíveis de renegociação, dentro do que estipula a Medida Provisória 432.A informação foi dada hoje (16) pelo deputado Valdir Colatto(PMDB-SC), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara dos Deputados, depois de reunir-se com o ministro.Essa foi a solução que o governo encontrou para que os bancos comecem a negociar a dívida dos agricultores, já que a MP que trata da renegociação da dívida agrícola não será votada até sexta-feira, quando o Congresso Nacional entrará em recesso.Segundo Colatto, a única saída, no momento, é a edição de resoluções pelo CMN. "Oministro disse que vai encaminhar uma minuta ao Conselho Monetáriopara que encaminhe essas resoluções. Se isso nãoacontecer, a conseqüência é imediata, o plantio vaidiminuir e a safra vai cair", afirmou.Ele disse quebancos estão descumprindo a decisão do Banco Centralpara que renegociem as dívidas vencidas a partir de 1º dejaneiro deste ano, prejudicando aqueles que procuram créditopara o plantio da próxima safra, que já se inicia.Collatoculpou o Ministério da Fazenda pela falta de consenso navotação da MP. Segundo ele, o ministro da Agriculturase esforçou, mas quando a decisão ficou por conta da pastadirigida pelo ministro Guido Mantega, "se fecharam as portas"."A Fazenda está muito dura, muito insensível com aquestão da agricultura", alegou.SegundoColatto, uma reunião extraordinária do CMN, para tratardo crédito agrícola bloqueado, deveser realizada na próxima semana.Já odeputado Leonardo Vilela (PSDB-GO) criticou declaraçãode Stephanes em que classificou de "irresponsabilidade" a não votação daMP 432 antes do recesso parlamentar. Vilela disse que a medida aindadeve ser alterada e defendeu que não haja distinçãoentre benefícios recebidos por agricultores de estadosdiferentes."Irresponsabilidadeé essa declaração do ministro.Irresponsabilidade é essa pressa para se votar a toque decaixa uma medida provisória que apresenta váriasimperfeições", afirmou o deputado da oposição.