Tarso diz que extradição de Cacciola indica avanço no combate à impunidade

16/07/2008 - 19h26

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A volta ao Brasil doex-banqueiro Salvatore Caccciola, prevista para ocorrer amanhã (17), indica o avanço do Estado brasileiro no combate aoscriminosos, segundo afirmou hoje (16) oministro da Justiça, Tarso Genro. “Mostra que a Justiça brasileira pode demorar um pouco, mas ela nãofalha, e isso significa que a impunidade no Brasil estáterminando. O Brasil teve confiabilidade para fazer técnica e politicamente uma extradição de um país, que nãoque ter o prestígio de praça de proteçãopara condenados de outro país”, ressaltou Tarso, ao sereferir ao deferimento pelo Principado de Mônaco do pedido de extradição de Cacciola, feito pelo governo brasileiro. O ministro tambémminimizou a importância do perfil do extraditado diante dofato. “Para nós interessa muito pouco quem é ele,qual o seu passado e suas relações políticas. Osenhor Cacciola está voltando porque é um condenado da Justiça brasileira”, disse Tarso. Cacciola foi preso em junho de 2000, em um spa no Rio Grande do Sul e levado para o Rio de Janeiro, ficando 37 dias preso, mas fugiu, ao conseguir um habeas corpus do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal.Cacciola foi condenadono Brasil, em 2005, à revelia, a 13 anos de prisão pelo crime de desviode dinheiro público e de gestão fraudulenta. Ele foipreso no principado de Mônaco em setembro de 2007 por agentesda Interpol, depois que a 6ª Vara Federal Criminal do Rio deJaneiro expediu o mandado. Tarso ainda comentou opedido dos advogados de Cacciola ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),para que o ex-banqueiro, ao chegar no Brasil, não seja algemado outransportado na parte de trás de um camburão policial. “Não expordeliberadamente o custodiado já é uma recomendaçãonossa. Em relação às algemas, o agente quecumpre o mandado de custódia deve resolver, com base nasegurança, independente da condição de classeda pessoa. Mas se o STJ disser que ele [Cacciola] não podeser algemado o agente vai cumprir o que for determinado", disse Tarso Genro.