Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Os trabalhadores dos Correios, em greve desde o início do mês, realizaram na manhã de hoje (16), um panelaço nas imediações da sede da empresa, em Curitiba, em protesto contra o corte do vale-alimentação.O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, afirmou que os grevistas não vão se intimidar com a ameaça de que este mês não serão depositados os créditos referentes à alimentação.Segundo o secretário, quem não trabalha aos sábados recebe R$ 491 e aqueles que trabalham nos fins de semana ganham R$ 575. Ele disse que a tendência é fortalecer cada vez mais o movimento de greve, que já atinge 70% da categoria no Paraná.Diariamente, os cerca de 4 mil carteiros do estado entregam um total de 1,4 milhão de correspondências. De acordo com Santos, o setor mais afetado pela greve é o da distribuição. Pelo menos 700 mil objetos deixam de ser distribuídos a cada dia de paralisação. Ontem (15) à tarde, o sindicato realizou assembléia para fortalecer a greve e organizou um abraço simbólico em torno do edifício-sede da empresa, com a participação de aproximadamente 300 carteiros.Os trabalhadores reivindicam o cumprimento do acordo que garante o adicional de risco de 30% para os carteiros, a negociação do plano de cargos, carreiras e salários (PCCS) e a revisão da participação nos lucros, que, segundo a categoria, é distribuída de forma desigual.Ontem, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Rider Brito, apresentou em Brasília uma proposta de conciliação aos grevistas, que tem como principal ponto a criação de um plano de cargos e salários, elaborado com a participação dos servidores e com 30% de gratificação sobre o salário proporcional ao período em que trabalham na rua.Trabalhadores de todo o país têm até amanhã (17) para se manifestar sobre a proposta.