Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado federalChico Alencar (PSOL-RJ) protocolou hoje (16) no Supremo Tribunal Federal(STF) um manifesto popular (abaixo assinado), com cerca de 600 assinaturas de moradores do centro do Riode Janeiro. O texto cobra dos ministros da Corte um tratamento igualitário do Poder Judiciário, para ricos e pobres. “Pedimos uma justiçaequânime, para todos, que não discrimine quem quer queseja. Às vezes, para os menos abonados, a Justiça tarda efalha. Isso nós não queremos”, afirmou Alencar.A iniciativa foimotivada pelas recentes decisões do presidente do STF, GilmarMendes, de conceder por duas vezes, na semana passada, habeas corpus ao banqueiro DanielDantas, investigado por crimes financeiros na OperaçãoSatiagraha, da Polícia Federal. Alencar diz esperar que seugesto incentive uma mudança de postura dos ministros, aoanalisarem futuros pedidos de liberdade dos investigados.“A gente espera umasensibilidade maior e apoio às investigações. Oseventuais abusos da PF são uma questão lateral. Oessencial é a investigação, gravaçõesque mostraram um esquema de corrupção inaceitável.Que se verifique bem se, para o andamento das investigações,é viável a liberdade da pessoa, até pelo poderde convencimento através de métodos heterodoxos. Nonosso país vemos exemplos de que quem tem muitos recursos, umavez em liberdade, consegue abafar as investigações”,disse Alencar.O deputado tambémencaminhou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, umrequerimento de informações, em que solicita esclarecimentos sobre o afastamento dos delegados da Polícia Federal Protógenes Queiroz, Carlos Pellegrini e Karina Souza, do comando da OperaçãoSatiagraha. “É estranho [oafastamento dos delegados] e gera suspeição. Fiqueiespantado. A pergunta central é: será se, a essa alturadas investigações, o gesto não atrapalha?Pressões estão sendo atendidas?”, questionou Alencar.