Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um dos advogados de Salvatore Cacciola, Carlos Eluf, disse hoje (16) que nãohá nenhuma estratégia de emergência para impedira extradição do ex-banqueiro para o Brasil, mas que doispedidos de habeas corpus já foram enviados ao SuperiorTribunal de Justiça (STJ) ontem (15). A defesa pede queCacciola, ao chegar no Brasil, não seja algemado ou transportado na parte de trás de um camburão policial.
“Paraque sejam respeitados os direitos humanos referentes àdignidade e à integridade. É uma medida que tem que seraplicada em qualquer país civilizado”, afirmou o advogado.
Elufconfirmou que o ex-banqueiro já está em Paris, ondeaguarda um vôo da empresa aérea TAM. A previsão,segundo ele, é que Cacciola deixe a França no finalda tarde de hoje e chegue ao aeroporto do Galeão, no Rio deJaneiro, às 5h30 de amanhã (17).
A defesa do ex-banqueiro explicou que, como a prisão de Cacciola foidecretada como cautelar ou preventiva, com prazo máximode 81 dias, ele poderia ficar em liberdade no Brasil.
“Sóem Mônaco, ele está preso há 11 meses. Extrapoloumuito o prazo legal. Tem ainda outro habeas corpus que estásendo remetido agora ao ministro Humberto Campos [presidente doSTJ] para que, quando ele chegar no Brasil, [fique] sob custódiaem uma prisão especial, por ser detentor de diploma de cursosuperior.”
Oadvogado ressaltou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) jáconcordou em enviar um representante da Comissão dePrerrogativas para acompanhar a chegada de Cacciola ao Rio deJaneiro.
“Paraque sejam assegurados os direitos dele, para que a defesa possafalar com o cliente. Os últimos fatos que têm ocorridono Brasil [de possíveis casos de abuso de poder] noscausaram grande preocupação porque a reclamaçãoé geral, a gente vê todos os dias nos jornais.”
Em 2005,Cacciola foi condenado no Brasil a 13 anos de prisão pelocrime de desvio de dinheiro público e de gestãofraudulenta. como tem cidadania italiana, ele passou a viver na Itália e não podia ser preso porque o país não deporta seus cidadãos.
Cacciola foi preso no Principado de Mônaco em setembrode 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª Vara FederalCriminal do Rio de Janeiro expediu o mandado. Posteriormente, ogoverno brasileiro pediu a extradição– deferidana semana passada pelo príncipe Albert II.