Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O secretário deAgricultura Familiar do Ministério doDesenvolvimento Agrário, Adoniran Sanches, ressaltou hoje(19), emCuritiba, a importância da agricultura familiar na manutenção da segurança alimentar nummomento em que o país precisa produzir mais alimentos para baixar os indicadores deinflação.
“Os relatórios doBanco Mundial são muito claros. Um país que tem o perfil da agricultura voltado para a produçãode alimentos está sofrendo menos oimpacto da crise da oferta”, disse o secretário referindo-se ao Brasil. Segundo ele, enquanto nos últimos doisanos a inflação de alimentos no mundoestá em torno de 85%, aquipermanece em 23%.
“Dos 4,8 milhões de estabelecimentosfamiliares ocupados com a agricultura, 4,1milhões são de agricultoresfamiliares. A situação poderia ser muito pior se não tivéssemos esse universo forte ofertando a cenoura, abeterraba, o leite, o feijão. O perfil é de pequena e média propriedade”, afirmou.
Sanches lembrouque 70% do feijão, 40% da soja, 95% das hortaliças e um grande percentual de váriosoutros alimentos consumidos pela populaçãobrasileira são provenientes da agricultura familiar.
O secretário representa o ministro GuilhermeCassel, no 2.ºCongresso da União Nacional de Cooperativas de Agricultura Familiar e EconomiaSolidária (Unicafes). No evento, Sanches disse que a valorização deste novo cooperativismo, esquecido pelo tradicionalnas últimas cinco décadas, ocupa lugarde destaque nas políticaspúblicas do atual governo.
“O Pronaf [Programa Nacional da Agricultura Familiar] é reflexo disso, saindo de um orçamento ofertado ao sistema financeiro de R$ 2,2 bilhões para R$ 12 bilhões nestasafra, além de novos modelos de assistência técnica, seguros de preços, derisco climático, rearticulações das Emater [empresas de extensão rural]", observou. Segundo ele, os recursos destinados aos seguros de preços e climático chegam a R$ 300 milhões por ano.
No congresso, que termina amanhã (20), as cooperativas discutem parceriase estratégias a serem aplicadas nos próximostrês anos, que beneficiariam 320 mil agricultores familiares paranaenses.