Alerj instala CPI das Milícias para investigar grupos paramilitares que atuam em morros do Rio

19/06/2008 - 17h53

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)  destinada a investigar a atuação de milícias no Rio deJaneiro  - a CPI das Milícias - foi instalada hoje (19) na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj).Antonio Santos Salustiano e Ocian Gomes Salustiano, suspeitos de teremconfeccionado uma bomba que explodiu na delegacia de Campo Grande, na semanapassada, devem ser os dois primeiros a prestarem depoimento à CPI, na próximaquinta-feira (26).O deputado estadual Natalino Guimarães (DEM), que teria sidoapontado como o mandante do crime pelo delegado de Campo Grande, Marcus Neves,disse que gostaria também de prestar depoimento, segundo informou o presidente daComissão, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)."Esses grupos milicianos, por serem formados por agenteda segurança pública, dominarem territórios e terem braços políticos muitoclaramente, representam uma ameaça à soberania do estado. Esse é um elementomuito preocupante, quando as atividades criminosas passam a terrepresentatividade no Legislativo", disse Freixo.

Outros deputados, delegados e membros da SecretariaEstadual de Segurança também serão convocados a depor. O objetivo é tentardescobrir como funcionam esses grupos criminosos. A prefeitura do Rio, os meiosde comunicação e alguns órgãos da sociedade civil foram chamados a contribuircom a CPI das Milícias por meio de qualquer tipo de documento e pesquisa sobre as milícias.

ODisque-Milícia, um telefone para fazer denúncias anônimas a respeito dasmilícias, deve ser instalado até a próxima semana. A proposta de criar a CPI das Milícias foi feita inicialmente em fevereiro do ano passado pelo MarceloFreixo, mas acabou arquivada. O projeto foi reavivado no mês passado, depoisque as autoridades tomaram conhecimento do seqüestro e tortura de uma equipe do jornal O Diapela milícia que controla a Favela do Batan, na zona oeste do Rio, no início demaio.