Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O estado do Rio terá, a partir de setembro, ambulânciascapacitadas para fazer eletrocardiogramas por meio de umequipamento acoplado à rede de telefonia móvel. Os médicos poderão realizar osexames na própria residência dos pacientes ou mesmo a caminho dos hospitais,enviando os resultados em tempo real para a unidade da rede pública para onde opaciente será levado.O exame será analisado por um médico cardiologista,que vai diagnosticar a gravidade da situação determinando a aplicaçãode medicamentos e direcionando a equipe para a unidade de saúde mais apropriadaao tipo de caso. Em um primeiro momento, serão equipadas 30 ambulâncias doServiço de Atendimetno Móvel de Urgência (Samu), do total de 160 veículos do serviço.A novidade foi divulgada hoje (13) pelosecretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, José Noronha, e pelosecretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, como parte do Plano de Atendimentoao Ataque Cardíaco e à Dor Torácica, durante o 25o Congresso daSociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro.Côrtes salientou que esse novo tipo de abordagem éespecialmente importante para a população com poucos recursos e acesso restrito aosistema privado. “Se a pessoa tiver um enfarto, terá um diagnóstico feito nahora e o exame será encaminhado para um grupo de especialistas, que vaiexaminar esse eletrocardiograma e diagnosticar o tratamento mais adequado.”De acordo com o secretário, hoje, opaciente cardíaco se dirige para a emergência de um grande hospitalcompetindo por atendimento com inúmeros outros casos, e fica em umalonga fila, esperando o momento de ser atendido por ordem de chegada. “Quandochega sua vez, o músculo cardíaco já estava extremamente comprometido,prejudicando a possibilidade de um bom resultado.”O Rio será o primeiro estado a testar o novo sistema que, segundo Noronha,deverá ser implantado nos demais estados futuramente. Mas paraque isso aconteça, ele considera importante alocar mais recursos ao sistema,inclusive com a aprovação pelo Senado da Contribuição Social para a Saúde(CSS), que direciona 0,1% de todas as movimentações financeiras para o setor.“Com os recursos atualmente disponíveis, essa ampliação [dosistema, para outros estados] é impossível de ser feita. Por isso, se oCongresso entender que esse programa deva ir para a frente, temos certeza deque os recursos virão.”No Brasil, 31,5% das mortes estão relacionadas a problemascardiovasculares. O Rio é o segundo estado da federação com maior número demortes relacionadas ao coração, com um total anual de óbitos de 70,7 por 100mil habitantes, atrás apenas do Rio Grande do Sul, 74,02; e à frente de SãoPaulo, 65,51; Mato Grosso do Sul, 62,58; e Paraná, 60,35. Os números sãoreferentes ao ano de 2004, publicados no site do Datasus (www.datasus.gov.br), do Ministério daSaúde.