Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A PolíciaFederal prendeu 13 pessoas, entre elas empresários e o filhoda governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), LauroMaia, durante a Operação Hígia, deflagrada hoje(13). Todos são suspeitos de desvios de verba pública,por meio de fraude em processos de licitação.Os empresáriospresos durante a operação foram Mauro Bezerra da Silva,da empresa Líder; Hebert Florentino, dono das empresas Envipole Condor; e Francisco de Alves Júnior, proprietário daempresa de engenharia EST. Além deles, a PF prendeu osecretário-adjunto de Esporte do governo do Rio Grande doNorte, João Henrique, e a procuradora Rosa Maria Caldas,responsável pelo setor de licitações do estado.Com os suspeitos, a PFapreendeu 15 automóveis de luxo e duas motocicletas. Tambémforam apreendidas jóias e computadores, além de R$ 260mil em espécie, encontrados dentro de uma parede falsa na sedede uma das empresas suspeitas.As investigaçõesforam realizadas pela PF, em conjunto com a Receita Federal,Controladoria-Geral da União(CGU) e Ministério Públicodo Rio Grande do Norte.De acordo com o superintendente da PFno Rio Grande do Norte, delegado Hélio Santana, os indíciosdas fraudes surgiram durante a análise de documentosapreendidos na Operação União, realizada nofinal de 2005.O exame desse material,acrescentou o delegado, permitiu a descoberta de contratos delicitações fraudados para contratação demão-de-obra para área de saúde. Isso serviu deponto de partida para as investigações. SegundoSantana, há indícios de envolvimento de outrospolíticos no esquema.A PF verificou que asempresas trocavam os nomes de seus sócios com freqüência.Isso, assinalou o delegado, era feito para tentar despistar qualquerinvestigação.As empresas, revelou odelegado, participavam conjuntamente das licitações efirmavam um acordo prévio de quem venceria a disputa. Aoreceber a verba da licitação, o dinheiro era divididoentre todos os empresário. A PF, acrescentou o delegado,chegou a apreender documentos assinados e registrados em cartóriocom os percentuais que cada empresário deveria receber.De acordo com a PolíciaFederal, desde 2005 o governo desembolsou cerca de R$ 36 milhõespara pagamentos destinados às empresas suspeitas, numa médiade R$ 2,5 milhões mensais.