Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O salário médio por trabalhador pago pelas grandes empresas (com 250 ou mais pessoas) no setor do comércio recuou de 4,7 para 3,0 salários mínimos mensais entre os anos de 2000 e 2006. A constatação é da Pesquisa Anual do Comércio, divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, esse movimento foi mais intenso entre as grandes empresas da Região Sudeste, que passou de 5,4 salários mínimos, em 2000, para 3,5 em 2006. Ainda assim, as médias dessa região foram as mais altas do país nos dois anos. Por outro lado, a perda salarial do Norte e do Nordeste, regiões com os salários médios mais baixos, foram as menores no período (1,3 e 1,4 salário mínimo, respectivamente). Segundo o documento, esse resultado indica que "houve uma diminuição da desigualdade regional do salário dos trabalhadores das grandes empresas comerciais entre 2000 e 2006".Observando-se a distribuição das empresas com o mínimo de 250 empregados pelas regiões do país, o levantamento do IBGE revela ainda que as atividades das grandes empresas comerciais mantiveram-se concentradas na Região Sudeste no período analisado.No entanto, os resultados apontam uma redução nessa participação. Em 2000, 58,7% da receita bruta de revenda (receita da atividade sem dedução de impostos, contribuições, abatimentos e descontos) dessas empresas foi gerada na região, mas em 2006 havia recuado para 56%. Em movimento oposto, as Regiões Norte e Nordeste foram as que mais aumentaram participação na receita no período, 1,3 e 1,2 ponto percentual.O levantamento aponta também que em 2006, havia no país 1.066 grandes empresas no setor comercial, ligadas principalmente ao varejo, e respondendo por 0,1% do total. A proporção foi a mesma verificada em 2000. Elas foram responsáveis, no mesmo ano, pela geração de R$ 382,6 bilhões em receita operacional líquida (receita bruta descontados impostos, contribuições, abatimentos e descontos), 35,9% do total. Entre os anos de 2000 e 2006, as grandes empresas aumentaram em 1,9 ponto percentual sua participação no pessoal ocupado, atingindo 1,2 milhão de empregados (16,1% do total) e mantiveram-se estáveis, no mesmo período, em relação ao pagamento de remunerações, que totalizaram R$ 16,2 bilhões em 2006 (26,3%).