PF prende filho da governadora do Rio Grande do Norte por suspeita de fraude

13/06/2008 - 11h50

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal (PF) realiza hoje (13) a Operação Higia, que pretende desmontar uma quadrilha especializada em fraudar licitações que atuaria no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Ao todo, são 13 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão. Desde 2005, quando começaram as investigações, o grupo teria recebido ilicitamente cerca de R$ 36 milhões.A Superintendência da PF no Rio Grande do Norte confirmou que entre os presos está Lauro Maia, filho da governadora do estado, Wilma de Faria. Em nota à imprensa, o governo potiguar disse que aguarda detalhes da operação para se pronunciar sobre o assunto e tomar as providências cabíveis.“Desde já, no entanto, o governo se coloca à disposição da polícia e da Justiça para ajudar no rápido esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado, que acrescenta que a governadora “ficou abalada ao saber das prisões” e desconhece as acusações contra Lauro e alguns de seus auxiliares, também presos. A nota ressalta que o filho da governadora não tem vínculo funcional com o governo estadual.Os envolvidos no esquema, que são servidores públicos, podem responder por corrupção de agentes públicos e tráfico de influência, uma vez que teriam sido beneficiados nas fraudes durante os processos licitatórios e pelos termos aditivos a contratos. A licitação fraudulenta resultou na contratação de serviços de saúde (higienização hospitalar).Eles poderão responder, ainda, pelos crimes de falsidade ideológica, peculato, prevaricação, fraude à licitação, dispensa indevida de licitação, patrocínio de interesse privado e prorrogação contratual indevida. De acordo com a PF, as penas podem variar de três meses a 65 anos de prisão.A Polícia Federal se inspirou na mitologia grega para escolher o nome da operação. Higia era a deusa da saúde e da limpeza. A palavra higiene deriva de hygia (saúde).Ainda não foi divulgado o balanço da operação, que deve ser apresentadoem entrevista coletiva à imprensa à tarde, em horário ainda não definido.