Para presidente do PSDB, escolha do vice-governador gaúcho foi um engano

13/06/2008 - 19h00

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), dissehoje (13) que a escolha de Paulo Feijó (DEM) para ocargo de vice-governador do Rio Grande do Sul, ao lado de Yeda Crusius,foi um engano. “Não foi a primeira nem será a últimavez que alguém se engana sobre alguém. Isso éalgo que se desenvolve na vida e na política muitas vezes”,disse Guerra.Sérgio Guerra disse que há uma “conspiraçãoóbvia” no estado com o objetivo de tirar Yeda Crusius dopoder. “Há uma clara intenção de focar todaessa crise sobre a governadora para tirá-la do poder, paracontrariar a vontade do povo que a elegeu, para fazer o jogo daquelesque são contrariados pelas mudanças que estão sendodesenvolvidas no Rio Grande do Sul”, disse.Segundo Guerra, esse movimento se deve aos ajustes fiscais realizadospor Yeda no início de seu governo, que teria desagradadomuitos setores do Rio Grande do Sul. “Ela não tinha uma baseparlamentar estável, e tem problemas políticos porquefoi capaz de contrariar muita gente no interesse público”,avaliou. De acordo com Sérgio Guerra, se não fossemessas medidas, o Rio Grande do Sul estaria falido.A crise no governo do Rio Grande do Sul, iniciada com a descoberta dedesvios de recursos no Departamento Estadual de Trânsito(Detran), foi agravada com a divulgação de gravaçõespelo vice-governador Paulo Feijó. Nas conversas, o entãochefe da Casa Civil, Cézar Busatto, admite que órgãosda administração do estado financiam partidospolíticos. Para Sérgio Guerra, essa não foi umaatitude democrática nem política de Feijó. “Sãométodos que nós não aceitamos e abominamos”,afirmou.O PSDB divulgou hoje uma nota oficial, na qual diz que háum movimento articulado para desestabilizar Yeda Crusius. O partidoafirma que defende a apuração de desvios de conduta erejeita qualquer atitude pessoal, administrativa e políticaque tenha como objetivo atingir a honra de Yeda Crusius.A Agência Brasil procurou o vice-governador Paulo Feijóe o presidente estadual do DEM, Onyx Lorenzoni, por meio de suasassessorias de imprensa, mas não teve retorno dos pedidos deentrevista.