Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sargento Fernando Alcântara, que recentemente assumiu ter um relacionamento homoafetivo com o também sargento Laci Araújo, foi preso hoje (13) em Brasília. A prisão disciplinar de oito dias foi dada porque Alcântara teria se apresentado à imprensa vestido de forma inadequada, se ausentou para ir a São Paulo com o parceiro sem avisar os superiores e omitiu o paradeiro de Laci Araújo quando ele foi considerado desertor. De acordo com o advogado do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) de São Paulo, Francisco França, apesar de a punição disciplinar ser comum, a prisão de Alcântara foi arbitrária porque o Exército não aceitou a defesa dele. “Quando o sargento foi apresentar sua defesa, recebeu ordem de prisão. A arbitrariedade está no fato de quem nem leram, nem analisaram a defesa dele”, comenta França. Alcântara alega, segundo o advogado, que a sua ida a São Paulo era pública e foi amplamente divulgada, logo, não havia necessidade de comunicar o seu superior no Exército. Quanto à localização de Araújo, o sargento diz que, por ser parceiro dele, também não era obrigado a informar. Ele também não considera a roupa com que apareceu na imprensa inadequada. O Exército diz que não ter informado a localização de Laci Araújo não motivou a prisão do sargento. De acordo com a assessoria de comunicação do 1º Comando do Planalto, responsável pelo caso, Alcântara foi preso por aparecer na imprensa desuniformizado e por se ausentar do trabalho sem avisar. A assessoria nega que a defesa do sargento não tenha sido analisada e que a prisão seja motivada por homofobia.Laci Araújo, companheiro de Alcântara, está preso desde o dia 4 acusado de deserção.