Polícia do Rio apresenta suspeito de participar de tortura a repórteres do jornal O Dia

04/06/2008 - 21h55

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Delegacia deRepressão às Ações Criminosas Organizadasda Polícia Civil (Draco) apresentou hoje (4) um suspeito deintegrar a milícia da favela do Batan, em Realengo, zona oestedo Rio. Davi Liberato de Araújo, 32 anos, cumpria pena de oitoanos por recepção e furto em regime semi-aberto naColônia Agrícola Marco Aurélio de Matos, emMagé.No dia 14 de maio, repórteres do jornal ODia foram seqüestrados e torturados por integrantes damilícia do Batan. A equipe de jornalistas estava morando nafavela, havia duas semanas, com o objetivo de fazer uma matériasobre a milícia na comunidade, mas foi descoberta pelosmilicianos.No último domingo (1), o suspeito foi sidotransferido para o Presídio Plácido de SáCarvalho, onde esperava o momento de sua apresentação àimprensa. Segundo o delegado Cláudio Ferraz, o suspeito éo número 2 na hierarquia da milícia da favela do Batan.O suspeito de ser onúmero 1 da milícia, o policial civil Odinei Fernandoda Silva, da 22ª DP (Penha), está foragido. Ainda deacordo com o delegado Cláudio Ferraz, as vítimasconfirmaram a presença no cativeiro de um homem que se disseassessor do deputado estadual Coronel Jairo. No entanto, oparlamentar negou o envolvimento com a milícia.Com a tortura, revelouCláudio Ferraz, os milicianos pretendiam extrair informaçõessobre a investigação que havia sido conduzida pelosrepórteres. “Os milicianos torturaram os repórterescom o intuito de extrair informações. Mesmo porque,quando o torturador está em busca de vingança, nãose importa em deixar evidências da tortura, já que afinalidade dele é matar. Nesse caso específico, elesusaram técnicas para não deixar marcas”, explicouCláudio Ferraz.O delegado da Dracoainda garantiu que outros suspeitos, inclusive policiais, serãopresos nos próximos dias.