Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -
O objetivo do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), ao elevar a taxa básica de juros, é tentar reduzir o crescimento da demanda. “Porque a demanda está crescendo muito mais fortemente que a oferta e gerando pressão inflacionária mais ou menos generalizada”. A avaliação foi feita hoje (4) à Agência Brasil pelo economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Em decisão unânime, o Copom aumentou a taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,25% ao ano.O economista da PUC/RJ lembrou que essa pressão inflacionária começou nos preços de alimentos e matérias-primas, mas já começou a ser repassada a outros preços da economia. Daí a elevação dos juros.José Márcio Camargo acredita que o resultado da alta dos juros básicos vai ser o arrefecimento do crescimento da demanda. Ele não espera, entretanto, que seja uma queda drástica. “As vendas estão crescendo em torno de 10% a 12% ao ano e a trajetória deve ser para um crescimento mais próximo de 7% a 8% no final do ano. Esse é o cenário que me parece mais provável com os aumentos de juros que deverão vir aí pela frente”.