Marina diz que vai manter diálogo com todas as correntes para consolidar política ambiental

04/06/2008 - 19h41

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em seu primeirodiscurso no plenário depois que reassumiu a cadeira no Senado,Marina Silva (PT-AC) comunicou que pretende manter o diálogocom todas as correntes político-partidárias paraconsolidar as políticas de gestão ambiental. A ex-ministra do MeioAmbiente afirmou que a sua saída do governo "nãotem a pretensão de desconstituir”, mas a pretensão decontribuir na consolidação das conquistas que o setorvem obtendo ao longo dos anos.Marina Silva revelouque quando negociava matérias polêmicas que aguardavam aaprovação do Congresso, avisava ao presidente LuizInácio Lula da Silva que conversaria com todos os partidos."Se simbolicamente posso citar um, liguei várias vezespara o [ex] presidente Fernando Henrique Cardoso para pedirajuda para aprovar o que é maior do que nós",disse.A senadora, que aindatem três anos de mandato, ressaltou que nos últimosanos, especialmente no governo Lula, a questão ambientaldeixou de ser um assunto periférico para entrar na agendanacional.Marina Silva no entantodeixou claro que não pretende abrir mão "de nenhumcentímetro a mais" de açõesadotadas pelo atual governo para melhorar as políticas decontrole e fiscalização ambientais. "Nós temosque discutir como é que vamos ter crédito, assistênciatécnica, novos padrões tecnológicos paraproduzir em menos área", defendeu.Sobre a saída dapasta do Meio Ambiente, Marina Silva disse que no momento em quesentiu que "o acolhimento [do governo]" nãolhe dava mais as condições para permanecer no cargo,pediu a exoneração."Eu sempre tiveuma compreensão. De que a causa é maior do que o cargoe que o cargo deve estar a serviço da causa, inclusive paraser disponibilizados se a sua disponibilização leva aum fortalecimento da causa", afirmou.A senadora reconheceu oapoio que obteve do presidente Lula em momentos decisivos, como noano passado quando o governo teve que tomar uma série deprovidências para conter o avanço do desmatamento."Um licenciamentoque até 2003 era de 140 licenças por ano, com 45hidrelétricas embargadas [na Justiça] eu saioagora deixando um balanço em 2007 de 302 licenciamentos,inclusive os de alta complexidade, sem quenenhum esteja na Justiça", lembrou a senadora.Mais uma vez, MarinaSilva questionou a postura do governador do Mato Grosso, BlairoMaggi, um dos principais críticos das açõesadotadas durante sua gestão no Ministério do MeioAmbiente. A senadora ressaltou que não cabia ao governadorquestionar as medidas adotadas pelo governo federal, em setembro doano passado, entre elas a do Conselho Monetário Nacional (CMN)de proibir o crédito para quem desmata ilegalmente e o embargodas áreas desmatadas ilegalmente."O erro écombater o que está funcionando, combater o combate aosilegais", afirmou, acrescentando que "não era para ogovernador Blairo Maggi questionar as medidas, era para continuarmos atrabalhar juntos, eu disse isso a ele".