Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um novo laboratóriode pesquisas e tecnologia aeronáutica, com foco em projetosinovadores, será instalado no Parque Tecnológico de SãoJosé dos Campos, em São Paulo. O laboratóriofuncionará em imóvel doado pela prefeitura e serágerenciado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estadode São Paulo (IPT). A iniciativa tem apoio do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aprovou hoje(4) financiamento no valor de R$ 27,6 milhões para o IPT e aFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SãoPaulo (Fapesp) para construção do laboratório.Os recursos, não-reembolsáveis, são oriundos dofundo tecnológico do banco, criado para financiarinvestimentos em desenvolvimento tecnológico e inovaçãoem áreas estratégicas para o país. O prazo previsto para conclusão do projetoé de três anos, mas, segundo o diretor do Centro deIntegridade de Estruturas e Equipamentos do IPT, Luiz Eduardo Lopes,a partir do sexto mês de obras, o laboratório poderáter áreas em condições de operação.Ele disse que, assim que o BNDES liberar o dinheiro, serãoencomendados os equipamentos necessários. Alguns deles, porenvolverem tecnologias avançadas, são importados e têmprazo de entrega que pode chegar a até um ano e meio. O projeto será assessorado por um comitêde pesquisadores brasileiros e estrangeiros, para que a agenda dedesenvolvimento tecnológico seja compatível com o que éfeito de mais moderno no mundo hoje, afirmou o engenheiro Luiz Lopes.O novo laboratório de pesquisas e estruturas leves contarácom uma equipe de pesquisadores de muitas instituições,“especialmente acadêmicas”, do próprio IPT e doInstituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), alémde engenheiros da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).Lopes informou que os primeiros projetosdesenvolvidos na nova unidade terão como principal cliente aEmbraer. “Hoje, os projetos que são estruturantes têmcomo objetivo estruturas aeronáuticas, porque a grandepreocupação da indústria aeronáutica éo ganho de peso nas novas aeronaves.” O engenheiro acrescentou que as tecnologias,bastante amplas, deverão ser incorporadas por outros setoresindustriais, como os de petróleo, automobilístico,químico, de geração e transporte de energia, detransportes em geral, próteses ortopédicas e indústriado lazer. “As estruturas leves fazem um caminho transversal dentrodas diversas indústrias. São tecnologias que serãoincorporadas pelas outras indústrias muito fortemente em curtoespaço de tempo.” O financiamento do BNDES corresponde a 30,5% doinvestimento total de R$ 90,5 milhões. O restante seráaportado pela Embraer, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) doMinistério da Ciência e Tecnologia, e governo de SãoPaulo. Lopes disse que as novas tecnologias que vierem aser desenvolvidas poderão ser inclusive exportadas para outrospaíses. “Para países que não têm umaindústria aeronáutica estabelecida neste momentoinicial do laboratório, com certeza é possível[exportar]”. Ele ressaltou, entretanto, que o principalobjetivo é capacitar e treinar pessoal no Brasil, “para darsuporte à indústria aeronáutica nacional e àsoutras indústrias”.