Indústria fluminense apresenta em abril maior nível de emprego desde 2003

04/06/2008 - 15h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O nível de emprego na indústria fluminense, em abril, aumentou 0,52% em relação a março, representando a criação de 1.951 vagas. O dado consta do boletim Indicadores Industriais, divulgado hoje (4) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Segundo a diretora de Desenvolvimento Econômico da entidade, Luciana Marques de Sá, esse é o maior nível da série histórica iniciada em 2003. A economista da Firjan observou que, antes, o emprego industrial vinha mostrando redução ou estabilidade. “Mas a partir de 2004, a gente observa uma inclinação ascendente no ritmo de geração de emprego, que se acelerou a partir de 2007, com o processo de crescimento mais sustentado”, contou. Luciana de Sá acredita que ainda haja fôlego para a geração de empregos na indústria, o que leva a crer também que a perspectiva do crescimento da atividade industrial nos próximos meses é boa.

As vendas da indústria fluminense subiram 2,74% em abril em comparação a março. Feito o ajuste sazonal, ou seja, retirados os efeitos característicos do período, a pesquisa revelou redução nas vendas de 0,57%. Luciana de Sá explicou que esse recuo, porém, não indicou uma redução do ritmo da atividade industrial.

“Pelo contrário. A gente observa tanto na utilização da capacidade instalada, como nas horas trabalhadas, que são as variáveis que nos indicam o ritmo de produção, que, depois de dois meses de acomodação, elas voltaram a subir. É uma volta ao processo de alta da atividade industrial”, constatou.

No primeiro quadrimestre de 2008, as vendas industriais no estado do Rio tiveram expansão de 9,6%. A perspectiva, segundo indicou a economista, é que o processo de alta da atividade continue, mas em ritmo inferior ao do ano passado. “Já começou o processo de elevação da taxa de juros, que tende a ter uma influência nos próximos meses sobre a atividade, afetando um pouco também as expectativas dos consumidores, a disposição para endividamento. Portanto, a gente prevê um crescimento positivo [da indústria], mas menos intenso do que no ano passado”, disse.

A utilização da capacidade instalada, em abril, atingiu taxa de 79,99%, mostrando elevação em relação a março (79,96%), depois de dois meses de redução. Embora a  retomada tenha sido moderada, a diretora da Firjan argumentou que a trajetória “é ascendente, pouco intensa, girando nesse patamar em torno de 80% há mais de um ano, sem um crescimento muito significativo, que de alguma forma sugere maturação de investimentos”.