Fipe projeta inflação anual de 5,93% na cidade de São Paulo

04/06/2008 - 14h40

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador da pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Márcio Nakane, estimou hoje (4) em 5,93% a inflação na cidade de São Paulo, no fechamento do ano. A taxa está ligeiramente acima da última média prevista pelos analistas do mercado (5,4%), mas dentro da meta estabelecida pelo governo (4,5%), que pode oscilar dois pontos percentuais para cima ou para baixo.Para este mês, economista calcula uma taxa em torno de 0,94%, sinalizando, portanto, uma certa desaceleração de preços. Em maio, o IPC fechou o mês em alta (1,23%), na maior variação desde a quarta quadrissemana de fevereiro de 2003 (1,61%). Os grupos de alimentação e vestuário mantiveram-se na liderança das correções de preços, com altas médias, respectivas em 3,17% e 1,55%. Segundo Nakane, os efeitos que puxaram para cima a variação em vestuário tendem a “desaparecer gradativamente” neste mês, e já não mais serão tão sentidos no bolso dos consumidores.De acordo com o economista, isso deverá ocorrer também na área de saúde, onde a taxa já desacelerou, com elevação de 0,59%, inferior à alta constatada na terceira prévia de maio, de 0,83%. Para Nakane, o grande destaque é que, apesar de os alimentos ocuparem posição de evidência na influência sobre a elevação do IPC, a onda inflacionária “está se espalhando para outras áreas”, como serviços, por exemplo, que em um mês tiveram a média de preços aumentada de 0,32% para 0,82%.Em habitação, também foi detectado um salto entre a terceira prévia de maio e o fechamento do mês, passando de 0,64% para 0,74%. O economista disse que uma das razões é a cotação em alta do aluguel. ”Com o mercado imobiliário aquecido, verificamos um avanço de 0,57% [nos preços médios do aluguel], na maior alta dos últimos dez anos”, observou Nakane, ao informar que, em setembro de 1997, a variação havia atingido 0,65%.